Economia

FATACIL é o "regresso da vida" e sinal de "retoma económica"

Fotos|D.R (Algarve Primeiro)
Fotos|D.R (Algarve Primeiro)  
 
 
 
O ministro da Economia, António Costa Silva, esteve esta sexta-feira, na inauguração da 41.ª edição da FATACIL – Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa. Depois de 2 anos sem se realizar, devido à pandemia, a FATACIL volta em 2022, para reforçar a sua notoriedade.

Para além do palco principal (FATACIL), o certame conta com uma área de gaming e o palco secundário (Palco Lagoa) na zona da restauração. Neste segundo palco, habitualmente reservado às atuações de ranchos folclóricos, estão previstos vários géneros musicais, com a música a cargo de artistas locais. A animação de rua fica por conta do grupo Next Combo e Al Fanfare.
 
O recinto foi alargado, podendo receber mais 8 mil pessoas do que em 2019. Resistência, Fernando Daniel, João Pedro Pais, Tony Carreira e Gipsy Kings, by Diego Baliardo, Expensive Soul, ProfJam, Quim Barreiros, Plutónio e Bárbara Bandeira integram o cartaz até 28 de agosto.
 
O artesanato, turismo, comércio, gastronomia, espetáculos equestres, a doçaria e uma área reservada a animais, são outras ofertas que fazem da FATACIL, um dos maiores certames do país.
 
Na inauguração, Luís Encarnação, Presidente da Câmara de Lagoa, lembrou que em 2019, quando inaugurou a 40ª edição da feira, "estava longe de imaginar que só teria a alegria imensa de voltar a fazê-lo, volvidos 3 anos. Foram tempos difíceis, em que para nos protegermos uns aos outros, tivemos de nos afastar de quem nos é mais querido, mas também, do que nos une e nos fortalece enquanto comunidade."
 
 
Esperando cerca de 200 mil visitantes ao evento, o autarca reconheceu que "pode funcionar como um instrumento de ajuda à retoma económica que tanto necessitamos." 
 
Salientou que numa fase em que o Algarve assiste a um momento de recuperação, nomeadamente na área do turismo, a região começa a ter outras fontes de riqueza e de oferta: "é verdade que ainda dependemos muito do turismo e vamos continuar a depender no curto e médio prazo de um setor que soube modernizar-se, diversificando a sua capacidade de oferta, criando novos fatores de atração para lá dos tradicionais meses de verão, num declarado combate à sazonalidade, mas há, contudo, uma coisa que a pandemia nos ensinou, é que não devemos continuar colocar todos os ovos no mesmo cesto, pelo que a diversificação da economia é um fator importante e decisivo", asseverou.
 
Luís Encarnação defendeu que é preciso encontrar, "outros motores económicos e empregadores no nosso destino", referindo-se aos setores da agricultura, pesca e indústria.
 
Também o ministro da Economia, realçou o facto de a FATACIL, regressar em 2022. Referiu-se a uma das grandes feiras industriais do país, "sendo uma feira transversal que cobre múltiplos setores da atividade". Disse que a inauguração da feira, "representa o regresso da vida e um sinal muito forte que a atividade económica do país está de volta."
 
Apesar dos sinais de recuperação que Portugal tem registado ao longo do ano, António Costa Silva chamou a atenção para a incógnita que será 2023, onde prevê que a Europa possa entrar em recessão, devido à guerra na Ucrânia, "são as chamadas crises exógenas que nos afetam, apesar da resposta da economia portuguesa ser assinalável em 2022, e nesse sentido, há sinais de esperança, sem esquecermos que há preocupações relativamente ao futuro", observou.
 
 
Falou do problema da crise climática, em que nas últimas décadas, o planeta perdeu biodiversidade como nunca na sua história, "nas últimas décadas perdemos 1/3 dos recifes corais, dos moluscos de água doce e dos tubarões, 1/4 dos mamíferos, 1/5 dos répteis, 1/6 das aves e que ninguém se engane, a biodiversidade é o nosso seguro de vida, se destruirmos a biodiversidade, mais facilmente os vírus vêm ter connosco".
 
Voltando à economia, referiu-se ao Algarve como "um motor do desenvolvimento económico do país", no que concerne ao turismo, com 2 milhões de hóspedes no primeiro semestre, 7,5 milhões de dormidas e um volume de receitas que supera as de 2019, em mais de 9,6%.
 
O governante reconheceu que o Algarve é "muito mais que turismo", explicando que a região tem potencial elevado na aquacultura, na economia do mar, na reparação naval e na alimentação, sendo nevessário atrair mais recursos humanos, "porque o país continua a assistir a uma retração demográfica", realçando que uma porta de entrada de recursos humanos em Portugal, será através da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
 
Finalmente, a questão da desertificação e da falta de água, que afeta particularmente as regiões do Algarve e Alentejo, é para o responsável da pasta da Economia, uma problema que precisa de uma resposta integrada, destacando o exemplo da Região de Turismo do Algarve, que está a implementar um plano de otimização do uso da água, de maior eficiência, de minimização de perdas e de utilização das águas residuais. "Nós temos excesso de recursos hídricos a norte do Tejo, e défice a sul e temos de encontrar formas de o país beneficiar destes recursos e superar esta assimetria", concluiu.