Cultura

Exposição póstuma de Rui Carvalho apresenta obras inéditas em Loulé

Artista Rui Carvalho
Artista Rui Carvalho  
De 9 a 12 de dezembro, a Junta de Freguesia de São Sebastião, em Loulé, será palco da primeira exposição individual póstuma dedicada ao artista Rui Carvalho. A mostra reunirá um conjunto de obras do artista, muitas das quais nunca foram exibidas ao público.

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Susana Sousa, viúva, lança refere que: "o Rui era um artista que criava as suas obras do zero, tudo fruto da sua criatividade. Um artista que devia ser reconhecido e que se perdeu, mas deixou as suas obras para serem admiradas e para destacar a importância que teve para o concelho. Deve ser eternizado pelo seu trabalho e pela pessoa que foi".

Rui Serafim de Sousa Carvalho (1974 – 2024) nasceu em Sá da Bandeira, Angola. Aos quatro anos, durante a fuga da sua família da guerra de independência, contraiu paralisia infantil, o que resultou em paraplegia. Apesar da sua condição física, desenvolveu uma notável capacidade criativa, produzindo um vasto número de obras de arte em diversos materiais.

Em entrevista, o artista mencionou a sua paixão por explorar diferentes materiais, como vidro, madeira, cortiça e acrílico, na criação de vitrais Tiffany, restauros, mobiliário artístico, pintura, retratos a carvão, esculturas e troféus. Cada novo material representava um desafio que ele abraçava com dedicação. Rui Carvalho enfatizava que cada peça era única e fruto de um processo artesanal, distante da produção industrial. "Gosto de deitar-me, pensar no que vou fazer no dia seguinte e sentir prazer! Não procuro fama, protagonismo, nem reconhecimento ou dinheiro. Gosto de pensar no que vou fazer amanhã, e simplesmente sonhar», afirmou. 

Em relação ao seu contributo artístico, Rui Carvalho expressou o desejo de que fosse criado um espaço onde artistas pudessem trabalhar em contacto direto com o público, especialmente durante o verão, «onde o turismo estivesse em contacto direto com os artistas da terra ou residentes!». A criação de um espaço semelhante poderá ser uma forma de homenagear a memória e o legado do artista, que tinha uma forte ligação a Quarteira e a Loulé.