A remoção da carga do vírus responsável pela Covid-19 nos processos de tratamento das águas residuais em ETAR é uma das conclusões mais relevantes do projeto de investigação SARS Control.
O consórcio responsável pelo projeto, envolvendo o Grupo Águas de Portugal, a Universidade de Lisboa e a Universidade do Minho, apresenta os resultados esta quinta-feira, 31 de março, numa sessão online.
Comunicado do consórcio diz que o projeto visa contribuir para um melhor conhecimento da eficácia das barreiras sanitárias existentes nas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e para o desenvolvimento de processos de monitorização adequados, compreendendo a dinâmica do comportamento do vírus SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, ao longo das linhas de tratamento de águas residuais urbanas.
Iniciado em dezembro de 2020, com apoio financeiro do FEDER através do programa Compete 2020, o SARS Control desenvolveu as suas atividades em sete ETAR de grande dimensão, localizadas em diferentes zonas do país (Lisboa, Vila Nova de Gaia, Algarve, Setúbal, Leiria e Guimarães), que representam mais de 20% da população portuguesa.
Durante oito meses, foi realizada a monitorização regular de SARS-CoV-2 nas águas residuais e a caracterização do perfil comportamental do vírus, num total de cerca de 1.500 amostras analisadas.
Verificou-se que as ETAR são eficientes na remoção da carga viral, especialmente na fase líquida (água), destacando-se a etapa de tratamento primário, seguida do tratamento biológico. Comprovou-se também que tratamentos subsequentes ao tratamento secundário podem aumentar a eficiência de remoção da carga viral.
Refira-se que o consórcio responsável pelo SARS Control, liderado pela AdP VALOR, empresa do Grupo AdP - Águas de Portugal, faz-se representar também pelas entidades gestoras de saneamento Águas do Algarve, Águas do Centro Litoral, Águas do Norte, Águas do Tejo Atlântico, Simarsul e Simdouro.
O Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (representado por FCiências.ID, Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências), o Laboratório de Análises do Instituto Superior Técnico (LAIST) da Universidade de Lisboa e o Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho (CEB/UMinho), foram outras intituições que estiveram envolvidas no estudo.