Segundo os especialistas, existem seis armadilhas psicológicas que nos impedem de poupar dinheiro. Ao tomarmos consciência delas, poderemos viver muito melhor e com uma conta bancária mais abonada, sublinham.
Relatam os entendidos nesta matéria que, as decisões sobre o que fazer com o nosso dinheiro são impulsionadas por vários mecanismos psicológicos como:
1. A compra emocional
Está provado que o humor determina a forma como gastamos o nosso dinheiro. Se estamos aborrecidos com algho que nos aconteceu, se estamos carentes, por exemplo, tendemos a querer mimar-nos mais e, consequentemente a gastar mais do que aquilo que podemos. O humor também tende a levar-nos para locais onde possamos distrair-nos e onde existem mais centros de atenção e formas de gastar dinheiro, completam os entendidos alertando que é importante evitar espaços comerciais e de consumo quando estamos mais tristes porque tendemos a arrepender-nos dessas compras quando melhoramos o nosso estado de espírito.
Num artigo da revista Frontiers in Psychology, lê-se que, quando estamos mais vulneráveis também acedemos mais à Internet e resistimos menos a promoções e a compras sugeridas em imagens ou vídeos.
2. O efeito halo
Basicamente este ponto consiste em criar falsas recompensas, ou seja, “como gastei menos no mês passado, posso agora extravazar”, “certamente que vou receber algo em troca desta perda de dinheiro, por isso, posso gastá-lo”, “poupei no almoço, então posso comprar uma peça de roupa”. Com esta postura, todo o dinheiro que lhe sobrou acabará por ser gasto de outra forma, acreditando que “alguém” o vá ajudar se precisar.
3. Custo irrecuperável
Este ponto reflete as falhas que se cometem a nível económico e que não queremos reconhecer ou assumir. Refere-se a perdas de dinheiro que não conseguimos recuperar, mas que investimos acreditando que o mesmo voltará.
Segundo os especialistas, todos cometemos erros e todos gastamos dinheiro desnecessariamente, mas se não corrigirmos essas falhas, acabamos por gastar excessivamente e, em muitos casos, por não ter solução. O leitor está a pagar um seguro de saúde que não utiliza, a suportar uma Internet mais cara, adquiriu um objeto de que não necessita e não se preocupa com o investimento, mas esse dinheiro poderia estar guardado para algo mais importante, lembram os especialistas.
4. A contabilidade mental
Uma das armadilhas psicológicas que nos impede de poupar tem a ver com o efeito da contabilidade mental que consiste em atribuir um valor subjetivo ao dinheiro tendo por base a forma como o ganhamos. Uma pessoa que ganhe um grande prémio, terá mais dificuldades em poupar porque lhe foi fácil receber essa grande quantia, tal como alguém que recebe uma herança ou algo inesperado. Pelo contrário, é mais fácil poupar o que resta do nosso vencimento mensal que sabemos valorizar melhor porque nos custou muito a conquistar.
5. Aversão à perda de oportunidade
O leitor tem o seu dinheiro planeado com os gastos e aquilo que quer poupar, mas reparou que um smartphone topo de gama está para venda e em promoção. O medo de perder essa oportunidade faz com que aplique o que era para ser poupado e que o leve a investir nesse equipamento, mas sem lhe fazer falta. Esta armadilha psicológica é um dos grandes impedimentos para que se poupe dinheiro e para que se acumulem objetos só porque não se podia esperar um momento melhor, “pois o preço poderia aumentar e perder a possibilidade de adquirir”. Este comportamento é típico de uma sociedade de consumo em que se quer ter tudo e pensa-se pouco na poupança, alertam os entendidos.
6. Comparação social
Não menos comum é este ponto: um amigo comprou um carro novo e isso faz com que sinta o mesmo desejo e que também adquira uma nova viatura. Um familiar foi de viagem e exibe a felicidade após as suas “merecidas férias”. É natural que recorra ao crédito ou às suas poupanças e que imite o mesmo comportamento à procura da mesma felicidade e da oportunidade para poder dizer que também lá esteve ou que comprou um carro novo.
A comparação social é um grande impedimento para que se consiga poupar dinheiro e é mais frequente do que aquilo que se pensa, pois o ser humano vive integrado em sociedade, compara-se aos demais e quer estar ao nível dos outros, mesmo que não tenha possibilidades para isso. O segredo é fazer contas e ponderar muito bem a sua disponibilidade, o que lhe sobra e o que efetivamente pode gastar, sem ter receio do que os outros pensam, pois não são eles que lhe pagam as contas, alertam os especialistas.
De acordo com vários trabalhos de investigação publicados, é preciso ter em conta estas estratégias para conseguir ser forte e poupar dinheiro:
- Alterar o modelo de educação que recebemos quando esta nos levar a gastar em demasia;
- Pague as suas dívidas;
- Evite compras por impulso;
- Defina um limite de gastos no seu cartão de crédito e, sempre que possível, utilize dinheiro para pagar as suas compras, já que isso lhe vai permitir gerir melhor as suas finanças e o que paga;
- Analise cuidadosamente os seus gastos e seja pragmático no momento de fazer escolhas mais económicas e realmente necessárias;
- Controle as emoções antes de entrrar numa loja, faça uma lista de compras para evitar levar aquilo de que não necessita e, evite ir ao supermercado com fome ou quando está de mau humor;
- Faça um plano de gastos e poupanças em família para que todos o possam seguir e respeitar;
- Defina o valor que pretende economizar mensalmente e de uma forma realista, sob pena de entrar em frustração por não o poder cumprir;
- Registe as armadilhas psicológicas que o podem afastar dos seus objetivos de poupança e certifique-se de que, efetivamente só gasta aquilo que é estritamente necessário e que seleciona muito bem o que não é.
De acordo com os entendidos, só com uma mentalidade focada e direcionada para a poupança é que se consegue entender que é importante ter sempre algum dinheiro guardado para uma eventualidade e que só isso nos permitirá fazer alguns planos de futuro, por isso, comece já hoje a poupar!