Decorreu na passada terça-feira, a 9ª reunião do Conselho Local de Acompanhamento da Ação Climática do Município de Loulé, uma das iniciativas integradas na Semana do Clima.
Diversas entidades estiveram reunidas no Cineteatro Louletano, para assistir a apresentações e debater ideias em torno da água, floresta e biodiversidade.
A sessão arrancou com uma abordagem ao Roteiro Nacional de Adaptação Climática XXI, por Pedro Matos Soares, investigador principal do Instituto Dom Luiz, da Universidade de Lisboa, que falou sobre projeções climáticas, extremos e índices.
O aumento e intensidade das ondas de calor até ao final do século e da perigosidade de incêndio florestal e a erosão da costa e zonas dunares são ameaças bem reais. Como tal, este roteiro apresenta a modelação de medidas de adaptação nestes setores.
Pedro Prista, investigador associado do ICS da Universidade de Lisboa, apresentou um dos temas mais pertinentes para o Algarve, a água. O vice-presidente da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, José Pimenta Machado, apresentou o estado da arte e o futuro na região.
O vereador da autarquia, Carlos Carmo, referiu as medidas que têm vindo a ser tomadas para promover a eficiência hídrica no território e adiantou que até 2025, serão criadas 197 zonas de monitorização e controlo, mas o município tem vindo a otimizar a pressão na rede de distribuição e a renovar o parque de contadores (até 2026, serão substituídos 10 mil contadores).
Esta reunião do Conselho contou ainda com um painel dedicado à floresta e biodiversidade, moderado pela investigadora da Universidade de Lisboa, Luísa Schmidt. A responsável da Divisão de Proteção Civil do Município, Telma Guerreiro, falou dos contributos da gestão florestal municipal na resiliência climática. A oradora apresentou dois projetos que estão a ser desenvolvidos no interior: os Condomínios de Aldeia e o combate à desertificação.
O objetivo é a transformação da paisagem na envolvente das áreas edificadas, em que se preconiza a reconversão de territórios classificados como matos ou floresta noutros usos e geridos estrategicamente.
Por último, o professor da Universidade do Algarve e consultor, Miguel Freitas, apresentou a Agenda da Sustentabilidade, Floresta, Biodiversidade e Desenvolvimento Rural 2020-2025, um instrumento que tem como foco a água, a biodiversidade e carbono e a inovação.
Regista nota divulgada do Município que, o Conselho Local de Acompanhamento da Ação Climática (CLA) do Município de Loulé integra cerca de 85 entidades representativas dos diferentes organismos públicos e entidades externas como empresas, associações, clubes e várias organizações da sociedade civil.
O presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, relembrou que o CLA “é o órgão mais importante da política climática levada a cabo pela autarquia pois, abre as portas à participação cívica e ao envolvimento dos cidadãos, do ponto de vista individual ou das organizações a que pertencem”.