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Erros que deve evitar com as crianças

Erros que deve evitar com as crianças
Erros que deve evitar com as crianças  
Foto - Freepik
As crianças “tiram-nos do sério” em alguns momentos, mas também é verdade que nem sempre os adultos estão à altura de apresentar as melhores soluções.

Na tentativa de educar bem, de parecer ainda melhor e de mostrar aos mais novos quem é a figura de autoridade, muitos pais acabam por cometer erros  desnecessários e que mostram desconhecimento e falta de sensibilidade para com as crianças.
 
Na posição dos psicólogos, é fácil que um pai ou uma mãe se irrite  de forma exagerada com um erro dos filhos e que acabe por cometer um ainda maior ao tentar corrigi-lo, pois a criança jamais se irá esquecer de um ato de violência, de uma humilhação, de palavras soltas carregadas de raiva que, em muitos casos, parecem colocar em causa a própria relação e o amor que se nutre pelos mais novos.
 
Assim, são de evitar agir de forma impulsiva, irrefletida e violenta, mesmo que o seu filho tenha cometido uma asneira grave ou que se tenha colocado em perigo de alguma forma. No entanto, é obrigatório que os adultos conversem com a criança, que lhe expliquem onde falhou e que lhe mostrem que não pode, de forma alguma, repetir essa ação, sob pena de sofrer uma consequência grave, seja porque pode ser atropelada ao atravessar a rua sem respeitar as regras, seja porque sujou as paredes da casa com canetas ou guache, seja porque estragou um objeto de valor, perdeu algo importante e daí por diante.
 
O importante é que a repreensão seja adequada à criança e não ao dano que provocou, explicam os entendidos. «Num momento em que os pais estão aborrecidos com uma asneira, é fácil concentrarem-se no objeto partido, no dinheiro perdido ou que até a criança podia ter sofrido um acidente e acabam por esquecer-se de como o mais novo se sente perante tal erro».
 
Ao mesmo tempo, quando os pais se apercebem que erraram e exageraram com a criança, tendem a confortá-la tanto que acabam por perder toda a autoridade, respeito e uma justificação para se terem zangado, por isso, «o segredo é aprender a pensar antes de reagir, conversar com a criança quando todos estiverem mais calmos, fazerem uma avaliação dos prejuízos, mas já num ambiente mais tranquilo e explicar com clareza e firmeza o que não pode voltar a acontecer», alertam os entendidos na área da psicologia.
 
Erros que não deve cometer na educação:
 
Gritar
 
Em vez de gritar, opte por adotar um estilo de comunicação mais sério e firme, pois será assim que a criança vai entender que o pai/mãe está aborrecido e que precisa de evitar tal comportamento para que ele não fique assim novamente.
Os mais novos entendem muito melhor uma cara séria e firme do que gritos, para além de chamar menos à atenção e de ser muito menos humilhante para todos, alertam.
 
Ameaçar
 
Muitos pais fazem uso da ameaça para mostrarem a sua autoridade e firmeza,
mas segundo os especialistas, não resulta em nada de positivo dizer à criança que está ali um bicho papão, um monstro ou que o homem do saco o vai levar se sair do restaurante. O segredo é olhar nos olhos dos mais novos, mostrar seriedade e dizer-lhes que não podem ir para aquele local ou fazer aquilo porque correm perigo, porque vão estar num local proibido, se for o caso disso ou que o proprietário não permite que vão para lá. Dizer sempre a verdade não só educa melhor, gera melhores comportamentos como fornece um exemplo positivo para todo o desenvolvimento. As mentiras infundadas que se utilizam nas ameaças, facilmente são desmascaradas pela criança que acaba por não lhes ligar e por construir uma imagem negativa dos pais que mentem e que inventam tais medos só para a assustar.
 
Dar um sermão
 
Há pais que optam por fazer longos discursos quando se zangam, na tentativa de explicarem tudo ao pormenor e de alertarem para situações futuras, mas os mais novos têm um tempo de concentração muito curto e acabam por não receber a maior parte da mensagem. Nesse sentido, é muito melhor optar por uma ou  outra frase séria, firme e curta que a criança entenda e que respeite, explicam os entendidos.
 
Deixar fazer tudo
 
Com medo de que os filhos não gostem deles, muitos pais acabam por deixá-los fazer tudo e por passarem por muitos limites do razoável. A criança tende a fazer uma carinha triste, chora e diz uma ou outra palavra a que os adultos não resistem. Como consequência, assistimos a muitos casos de má educação. Segundo os psicólogos, é preciso encontrar um equilíbrio: quando a criança está mais fragilizada, dar-lhe conforto e atenção, mas sem perder de vista as regras porque são elas que regulamentam o bom funcionamento das relações e garantem a segurança. Quando tudo está dentro do habitual, devemos exigir com moderação, repreender com respeito e ensinar com paciência, tempo e compreensão, já que assim já não é preciso deixar fazer tudo para compensar os momentos em que os adultos foram mais rígidos, explicam os entendidos.
 
Oferecer doces ou fast food como compensação
 
Os pais têm um ritmo de vida exigente e acelerado e, muitas vezes, acabam por querer presentear os filhos pela sua ausência. Usam doces que sabem que as crianças adoram e fast food para que lhes possam arrancar um sorriso e um “perdão” por terem estado tanto tempo fora de casa, mas segundo os especialistas, «trata-se de um erro perigoso tanto para a saúde como para o desenvolvimento de hábitos menos corretos». O ideal é que se aproveite o melhor possível o tempo que nos resta no final do dia. Podemos reunir a família na confeção da refeição, colocar a mesa, conversar durante o jantar, e reservar uns momentos para a leitura de algumas páginas de um livro ou brincar a algo antes de dormir. Esta estratégia ensina, desde cedo, o valor do afeto, da qualidade da relação entre pais e filhos e evita que os filhos só procurem os pais por interesse, para além de não permitir que se tornem chantagistas e manipuladores. Quando os pais mostram que estiveram a trabalhar, mas que estão ali, disponíveis para a família, a criança sente-se querida e amada. Quando é trocada por objetos, sente-se triste e deprimida, alertam.
 
Faltar a uma promessa
 
Este é outro erro que se comete na educação dos mais novos e que deixa marcas muito profundas no desenvolvimento. Um pai ou uma mãe que promete brincar, dar um passeio ou fazer qualquer outra atividade em conjunto, deve honrar esse compromisso se quer que os filhos também cresçam com esses valores. Ao não cumprir, está a dar a noção de mentira, falsidade e de pouca confiança aos filhos, sem esquecer que, a criança concentra-se tanto na promessa dos pais que lhe dá um valor extremo, imagine o que é esquecer-se sem uma justificação ou fazer de conta que nada se passou. É terrível para quem deseja desenvolver uma relação de qualidade entre pais e filhos, alertam os psicólogos.
 
Tendo por base estas dicas, prepare-se para educar melhor, para dar mais de si e para exigir também mais qualidade nos comportamentos dos seus filhos, pois o cérebro adora disciplina e regras.