Decorreu no auditório da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAP Algarve), o seminário “Trioza erytreae”, com o objetivo de divulgar informação sobre a evolução da situação, estratégia nacional e luta biológica relacionada com a praga que afeta a cultura dos citrinos.
O seminário organizado conjuntamente pela DRAP Algarve e pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), contou com a participação de diversos oradores: Paula Cruz Garcia da DGAV, José Carlos Franco do Instituto Superior de Agronomia, José Alberto Pereira do Instituto Politécnico de Bragança, Ana Aguiar da Faculdade de Ciência do Porto, Amílcar Duarte da Universidade do Algarve, para além da participação de José Maria Cobos da Dirección General de Sanidad de la Producción Agraria, Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación de Espanha.
No conjunto, quer presencialmente, quer por vídeo conferência, o evento contou com mais de uma centena de participantes de todo o país.
A sessão foi iniciada pelos diretores da DRAP Algarve e da DGAV, respetivamente Pedro Valadas Monteiro e Susana Pombo, que relevaram a importância da partilha de informação e do trabalho em rede como forma de melhorar a capacidade de atuação e de prevenção perante as ameaças fitossanitárias, cuja severidade e impacto é potenciado pela crescente mobilidade de pessoas e mercadorias, como pelas alterações climáticas.
Entre as principais conclusões do encontro, referiu-se que a praga “Trioza erytreae” vulgarmente conhecida por Psila Africana dos citrinos, foi assinalada pela primeira vez na Península Ibérica, na Galiza em 2014. Paulatinamente expandiu-se para sul, por toda a zona costeira de Portugal continental, tendo sido assinalada em setembro deste ano, na região do Algarve, nos concelhos de Aljezur e Vila do Bispo. A norte encontra-se já assinalada nas regiões autónomas espanholas da costa norte da península até muito próximo de França.
É considerada uma praga de quarentena no território da União Europeia, que tem como principais hospedeiros, espécies vegetais da família das Rutáceas, onde se incluem os citrinos e algumas espécies ornamentais de fraca implantação na região do algarve. É na cultura dos limoeiros que encontra as condições mais favoráveis para se instalar, devido ao facto desta espécie apresentar diversas rebentações anuais.
Para já o maior problema, consiste no facto da “Trioza erytreae” poder transmitir a doença denominada Huanglongbing (HLB ou Citrus greening) causada pela bactéria Candidatus Liberibacter, considerada a doença mais grave dos citrinos a nível mundial, comprometendo seriamente a produção citrícola da Europa.
Para o seu combate tem vindo a ser aplicado, desde 2019, em articulação com os Serviços Agrícolas Espanhóis, um plano de luta biológico que consiste na realização de largadas sistemáticas de insetos parasitoides da espécie Tamarixia dryi, que se revelaram eficazes no seu controlo.
No Algarve, logo após a deteção da praga “Trioza erytreae”, em setembro de 2021, foi de imediato articulado com a DGAV, largadas do referido parasitoide em plantas de citrinos nos concelhos afetados.