Na missiva, o docente explica que no passado mês de julho, a sua mobilidade estatutária foi indeferida pela Direção-Geral da Administração Escolar - DGAE, com o fundamento de "inexistência de contingente".
Albano Neto diz que a decisão ameaça colocar fim a sete anos de um "trabalho pedagógico, artístico e comunitário", que tem sido reconhecido quer pela comunidade, quer pelo próprio Ministério da Educação, que o apoiou desde o seu início, referindo que o mesmo, integrou o Projeto Cultural de Escola e o Plano Nacional das Artes.
O docente fala de um projeto desenvolvido em parceria entre a Câmara Municipal de São Brás de Alportel, a Banda Filarmónica de São Brás de Alportel e o Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas, envolvendo mais de 160 alunos do 3º e 4º anos do 1º Ciclo e 44 alunos do 3.º ao 12.º ano, na aprendizagem gratuita de um instrumento musical. Como resultado, foi criada uma banda escolar com 26 elementos, ao mesmo tempo que tem sido promovida "a equidade no acesso à aprendizagem musical, oferecendo aos jovens uma oportunidade que, por razões económicas, entre outras, lhes poderia estar vedada", lê-se na carta.
Deixar cair este projeto, "leva a uma interrupção abrupta e injustificada, que prejudica centenas de alunos e fragiliza o papel da escola pública como espaço de inclusão, cultura e cidadania", constata o docente, apelando a que seja feita a reavaliação e revogação do despacho de indeferimento e a aprovação excecional da mobilidade requerida, de modo a permitir que o trabalho desenvolvido nos últimos anos, "possa continuar a crescer e a cumprir a sua missão".
É também manifestada a "total disponibilidade" para que o Ministério da Educação acompanhe e avalie "de forma rigorosa, no terreno", o desenvolvimento do projeto ao longo do próximo ano letivo, e que, com base em dados "concretos e realistas", seja feita uma avaliação objetiva da sua continuidade, salienta.
Petição em defesa do projeto “A Banda vai à Escola” – São Brás de Alportel (aqui).