O arrependimento resulta da discrepância entre as nossas decisões e as consequências que esperávamos obter delas.
Podemos arrepender-nos quando algo não nos corre como gostaríamos ou como tínhamos planeado, quando erramos e, principalmente, quando perdemos oportunidades.
Em muitos casos, o arrependimento resulta da tomada de consciência de que nos deixamos influenciar por alguém, porque não reunimos o conhecimento necessário e nada fizemos para o conseguir, porque aceitamos um desafio para o qual não estávamos preparados, porque a nossa educação não nos libertou para que olhássemos para a situação de forma mais abrangente, porque não fizemos a análise correta ou a necessária previsão das consequências.
Resulta também de um erro que achamos poder ser evitado, de uma palavra dita, de um gesto mal calculado, de um comportamento previsível, mas não evitado e daí por diante, onde se inclui os valores morais que nos orientam e os medos que guardamos e que não nos deixam arriscar ou mudar algo para fazer melhor.
Para ajudar a minimizar a culpa ou o arrependimento, os especialistas deixam as seguintes dicas:
1. Pratique o amor próprio e a autoaceitação
Não se julgue e tente entender as motivações que o levaram a fazer algo de determinada forma.
Todos cometemos erros e isso não nos desqualifica como seres humanos. Seja carinhoso consigo mesmo, no mínimo como é com as outras pessoas, tente aceitar-se com falhas e conquistas, procure aprender com os erros e saiba que, ao corrigi-los estará mais preparado para enfrentar situações futuras.
Não arraste o sofrimento e assuma que, depois de refletir, já não faria a mesma coisa, uma vez que essa posição funciona como um elemento libertador e prepara-o para seguir em frente.
2. Viva e conecte-se com o presente
Sempre que nos culpabilizamos pelo que aconteceu ou fizemos, afastamo-nos do nosso tempo presente acabando por manter uma angústia face ao passado e uma ansiedade em relação ao futuro. O segredo está em ligar-se ao dia de hoje, ao momento atual, à pessoa que resultou da aprendizagem, das lições de vida e das experiências.
Reencontrar-se com o prazer de viver o presente e aproveitar os momentos simples do dia a dia pode ser útil para romper essa relação prejudicial com o passado. Se não o fizermos, vamos arrepender-nos por termos perdido momentos especiais do nosso quotidiano.
3. Expresse as suas emoções
O desabafo constitui uma arma poderosa para reduzir a culpa e o arrependimento. Falar acerca do que aconteceu, daquilo que gostaríamos de fazer melhor e com as pessoas certas, faz toda a diferença no alívio dessa dor. Diga exatamente o que pensa e o que sente e, se possível, faça-o com a pessoa envolvida nessa angústia e verá o quanto essa conversa é libertadora.
Muitas vezes, os nossos arrependimentos vêm de situações em que agimos com base no que os outros esperavam, e não no exercício da nossa autonomia. Aprender a dizer “não” é uma parte essencial do processo.
4. Aprenda a correr riscos
O medo do fracasso remete-nos para um estado de inércia que só nos leva à conformidade, à passividade e à apatia.
É normal que tenhamos uma tendência a evitar riscos e procuremos fazer escolhas mais seguras, mas isso não pode impedir-nos de acautelar e de ponderar aquilo que pode surpreender-nos positivamente e permitir que encontremos um novo sentido para a nossa vida. Pense que, se fizer as mesmas coisas, nos mesmos lugares e sempre da mesma forma, ao fim de algum tempo, estará exausto. Se libertar as crenças limitantes, se olhar em seu redor, se aceitar mudar algo, certamente que vai descobrir novas possibilidades e oportunidades. Leia o que puder, informe-se o mais que conseguir, participe naquilo que o inspirar, arrisque um novo estilo de vida, uma nova alimentação, visite um novo local, faça uma atividade que lhe dê prazer e aprenda a gostar de coisas novas e verá que a sua vida ganha um novo colorido e motivação.
5. Valorize as suas conquistas
É mais fácil que recordemos as falhas do que as conquistas, no entanto, se as analisar em detalhe, verá que tem muitas mais vitórias e motivos de orgulho. Não tenha medo de recordar esses episódios e de admitir que pode ter falhado em alguns momentos, mas que não seria a mesma pessoa se não tivesse passado por eles e, certamente que terá muitas mais razões para sorrir.
6. Cultive o sentido de humor
Já reparou que, a maior parte dos nossos erros acaba por transformar-se em histórias quando nos distanciamos deles? Ser capaz de rir daquilo que fizemos e do que nos aconteceu ajuda-nos a libertar a carga negativa e a tomar consciência daquilo que somos e do que já fomos, o que é um recurso valioso para sermos mais livres e felizes. Ria de si mesmo e não tenha medo de falar acerca do que lhe aconteceu até de uma maneira descontraída e alegre, mas faça-o num ambiente em que se sente confiante, seguro e onde haja respeito.
O uso positivo do humor está relacionado com a sociabilidade, o afeto e a abertura para a novidade, e pode ser fundamental para viver com menos arrependimento, concluem os especialistas nesta matéria.