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Dicas para formar pais ideais

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Ser um bom pai ou uma boa mãe é sempre o desafio que se coloca aos progenitores, ainda que essa pareça uma tarefa complexa, no entanto, os especialistas reuniram alguns pontos que podem ajudar.

Está amplamente provado que, o comportamento dos pais influencia diretamente a postura dos filhos através do exemplo. Assim, uma criança pode tornar-se autoritária quando, no seu ambiente familiar lhe é transmitida a ideia de que consegue tudo, que merece tudo e que nada lhe é impossível de conquistar.
 
Ao mesmo tempo, uma criança pode tornar-se agressiva quando vive num ambiente violento; em que os pais se zangam com frequência e à sua frente, quando vivem um ambiente de disputa pelo poder ou que não se entendem pelos mais variados motivos.
 
Os mais novos também tendem a ser mais frágeis quando os pais não lhes transmitem mensagens positivas, quando são alvo de algum tipo de violência e quando o seu ambiente familiar é desajustado.
 
Se um dos progenitores controla tudo em casa, tenta mandar nos demais e assume essa postura autoritária no seu quotidiano, naturalmente que a criança irá reproduzir essa conduta errática.
 
Uma boa parte do que define o comportamento das crianças é a reprodução daquilo que veem em casa, razão pela qual se fala tanto na importância dos bons exemplos, dos pais que se esforçam em melhorar-se diariamente para poderem educar melhor, transmitir regras, valores e um estilo de educação positiva.
 
Partindo deste pressuposto, os especialistas deixam algumas dicas que podem ajudar a que tenhamos melhores pais e mães:
 
Os chamados ‘pais recíprocos’ são aquilo a que se designa por “pais ideais”, afirma Lilian Zolet, terapeuta familiar.
 
Para conseguir alcançar esse patamar, é necessário que os adultos cooperem com as crianças, que lhes forneçam regras, que lhes exijam os comportamentos mais adequados a cada circunstância, mas que também sejam capazes de elogiá-las quando desempenham bem uma tarefa, quando conquistam um resultado positivo, ou simplesmente quando se esforçam por algo que desejam, já que esta última parte também é decisiva para transformar um mau comportamento numa postura adequada.
 
Os pais também não devem descurar o diálogo que é fundamental para compreender o que a criança pensa ou sente numa determinada ocasião. Para além de a puderem ajudar, os adultos  compreendem-na muito melhor e conseguem reagir de forma mais adequada, explica a mesma terapeuta.
 
Não menos importante é perguntar aos filhos o que pensam acerca de uma determinada situação, mesmo que os adultos já tenham uma ideia definida e que, em alguns casos, tenham de alterar algum plano. É crucial que as crianças e jovens sintam que os pais são flexíveis e que estão abertos e recetivos às suas opiniões e sugestões.
 
Por muito que os mais velhos sejam mais experientes, é muito positivo que aprendam com os filhos, que lhes peçam ajuda e um conselho, pois mesmo mais pequenos, “eles sabem muito acerca de determinadas matérias e precisam de ser ouvidos”, recomenda a mesma especialista.
 
Os pais recíprocos sabem transmitir as regras de uma forma coerente, lógica e simples e certificam-se se a criança ou jovem as compreendeu antes de lhes exigir o cumprimento. Também dizem aos filhos os limites das suas ações e não os agridem nem castigam porque sabem que isso não é uma forma correta de educar. Se a criança ou jovem não obteve uma boa nota num teste, não castigam, mas ajudam-na a estudar e a trabalhar mais para que obtenha melhores resultados noutro momento de avaliação.
 
Mostram também disponibilidade para entender que ocorreu um erro em vez de punirem o jovem pelo sucedido. Explicam a melhor forma de fazer, em vez de o agredir ou ofender e limitam o tempo de ecrãs diário para que o jovem esteja mais liberto e concentrado para trabalhar melhor nas suas tarefas, em vez de o colocarem um mês de castigo sem esse recurso, clarifica.
 
Os pais ideais trabalham em conjunto e envolvem os filhos no processo educativo como se de uma equipa se tratasse, pois sabem que, quanto mais o jovem compreender a importância das regras e do seu cumprimento, mais irá colaborar e zelar para o sucesso daquilo que lhe é pedido.
 
Segundo a mesma terapeuta familiar, “o ideal é equilibrar dois fatores: a recompensa pelo bom comportamento e a punição adequada pelo comportamento indesejado, tudo isso dentro de um ambiente familiar terno e carinhoso”. A melhor punição é aquela que é interpretada pelos filhos e que os leva a aceitar que precisam de mudar de postura porque entenderam onde estiveram menos bem, é aquela que é respeitada pelo jovem e que é fornecida com uma explicação sobre o sucedido e que, efetivamente, irá contribuir para que ocorra uma mudança positiva, finaliza a mesma especialista.