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Descubra uma nova sexualidade aos 40

Longe de ser o fim do prazer, aos 40 anos, é possível descobrir um mundo em nós e no outro.
Longe de ser o fim do prazer, aos 40 anos, é possível descobrir um mundo em nós e no outro.  
Foto Freepik
Alterações no corpo, mudanças na forma de pensar, stress, ansiedade, problemas financeiros, profissionais, familiares ou desavenças no seio do casal, estão entre os principais motivos que afastam os parceiros de uma sexualidade plena em qualquer idade e que, muitas vezes, se acentua a partir dos 40 anos.

Muitos parceiros queixam-se de que o seu corpo já não é o que era e que sentem menos energia e desejo sexual associando estes fatores à idade, mas os sexólogos sublinham que, não existe uma idade para deixar de sentir prazer na intimidade e que, o que sentimos de menos positivo deve ser tratado convenientemente.
 
O médico de família, o ginecologista, um psicólogo ou urologista podem ajudar a reatar algo que é fundamental para o ser humano: o prazer numa relação sexual.
 
As mulheres apontam a secura vaginal e a falta de desejo como as principais causas de quase abstinência, enquanto que, muitos homens se sentem minimizados com o corpo, com o aumento de peso e temem que, “a falta de frescura” de outros tempos interfira no seu desempenho sexual, mas os especialistas afirmam que, está tudo na nossa mente e, quando existe um problema, devemos recorrer a quem nos pode ajudar, mas jamais desistir do prazer.
 
Tanto homens como mulheres podem beneficiar de apoio e devem procurá-lo sempre que sintam essa necessidade, “sem medo, sem vergonha e sem tabus”, reafirmam.
 
Segundo os especialistas, a partir da meia idade, «pode descobrir-se uma nova intimidade, muito mais baseada na satisfação pessoal a vários níveis». Somos mais maduros, sabemos o que nos dá prazer, guardamos fantasias do passado e que podemos concretizar porque temos mais disponibilidade, mais capacidade de entrega e de receber também o que o outro tem para nos proporcionar. Estamos mais tranquilos, conhecemo-nos melhor, acreditamos mais nas nossas capacidades, localizamos os nossos centros de prazer e de interesse e, «é só dar largas à nossa imaginação».
 
Sabendo aceitar aquilo que muda no nosso corpo e mente com as alterações resultantes da andropausa e da menopausa, homens e mulheres podem encetar um novo caminho de descoberta e partilha do prazer, enfatizam.
 
A ciência permite que consigamos resolver muitos problemas que minimizam o desejo e a facilidade com que se estabeleciam as relações íntimas nas etapas anteriores. O homem pode recorrer, sob vigilância e aconselhamento médico, a terapêuticas que o ajudam a recuperar o desejo. A mulher consegue combater a secura vaginal com produtos à base de água ou vaselina, existindo diversas opções no mercado, sem esquecer também a terapêutica de reposição hormonal que, em muitos casos, se mostra eficaz, «mas de forma alguma se deve abandonar a intimidade», sublinham os sexólogos.
 
Como tudo está na nossa mente, faz sentido que cuidemos bem da nossa saúde mental. A prática regular de exercício físico, acompanhado por uma boa alimentação, no seu todo asseguram um peso saudável e uma boa dose de energia e de atividade diária que são essenciais para reavivar o desejo e o interesse pela intimidade.
 
Uma pessoa que se sente bem consigo mesma, naturalmente que o vai demonstrar a quem está ao seu lado e “irradiar” uma luminosidade apelativa à intimidade. A confiança que se estabelece entre os parceiros, a disponibilidade e a abertura para abordar qualquer assunto, também são um ponto essencial para aproximar os casais, para que possam partilhar novas experiências e desfrutar de uma sexualidade plena.
 
É um mito acreditar que um casal não consegue ser criativo ao ponto de fazer novas descobertas depois dos 40 anos de idade. «Tudo depende do grau de abertura que se consegue estabelecer, da confiança, do humor de ambos, da boa comunicação e da construção de uma relação saudável, baseada no respeito, na compreensão e no apoio mútuo».
 
É muito importante que ambos os parceiros assumam que estão numa posição distinta da que estavam em idades anteriores, que o sexo pode e terá de conhecer alterações, que o corpo também se alterou, mas que podem desfrutar de grandes momentos a dois, com criatividade e até com uma pitada de aventura, de brincadeira e de ‘loucura’, registam.
 
Uma boa leitura acerca do assunto, filmes e outros materiais podem ajudar a despertar o desejo quando o mesmo parece mais adormecido, tal como o recurso a objetos sexuais pode reavivar a intimidade de quem gosta desse tipo de experiências.
 
O facto de muitos casais já não terem os filhos em casa, de estarem mais disponíveis um para o outro também ajuda a que a sexualidade ganhe um novo tom a partir dos 40, por isso, use e abuse daquilo que lhe é natural, que faz bem à saúde em geral e que lhe garante uma boa autoestima e autoconfiança, recomendam os especialistas.