A ciência enumerou vários tipos de narcisismo alertando para o facto de que, todos eles são prejudiciais, levam-nos ao sofrimento, ao desconforto e mal-estar que se traduz em doença mental, daí ser tão importante admitir que estamos na sua presença, seja na família, na intimidade, no emprego, grupo social ou outro.
Todos nós gostamos de ser aceites, valorizados, reconhecidos por algo que fazemos ou temos, o problema é quando se ultrapassa a barreira da autoestima, da integração social e do sentimento de pertença e se usa e abusa daqueles que nos rodeiam em nosso benefício.
Para clarificar o que é o narcisismo, os cientistas explicam que «estas pessoas possuem um ego tão grande que não lhes resta espaço para valorizar os outros, respeitá-los e amá-los». Assim, analise se convive com algum tipo de pessoas com estas características:
José Luis Trechera Herrerros, especialista em transtorno narcisista destacou:
- Os narcisistas vulneráveis
As primeiras faces do narcisismo refletem-se em pessoas que usam uma máscara de vulnerabilidade. No entanto, por trás dela, existe um pedido de atenção, um medo atroz e uma tentativa de manipular quem está ao seu lado.
- Narcisista dependente.
O seu medo do abandono é tão grande que maltrata aqueles com quem se relaciona. À medida em que ganha mais confiança, aumenta os apelos para que o outro lhe faça o que deseja com o intuito de preencher o enorme vazio que sente. Na opinião deste perfil, os outros é que são responsáveis pelo mal-estar que sente, são culpados por tudo o que não consegue e pelo que falha. Manipula a pessoa que está ao seu lado para obter o que pretende, mostrando-se sempre carente e a pessoa mais sensível do mundo, porque teme ser abandonado.
- Narcisista mártir. Utiliza o sofrimento para justificar a necessidade de apoio e atenção, embora ninguém consiga satisfazer completamente tais necessidades. Tenta fazer com que as pessoas se sintam presas a ele, fazendo-as se sentir culpadas por não o apoiar da forma como necessita.
- Os narcisistas maliciosos contrastam com os vulneráveis e usam técnicas mais elaboradas de ação. São vingativos, mentem, enganam, utilizam os outros a seu belo prazer, sempre com o intuito de lhes retirar o valor e a autoestima porque querem destruí-lo porque todos à sua volta são encarados como rivais ou adversários, logo, quanto mais os humilhar, ofender, difamar, menos terão oportunidade de lhe retirar a atenção exclusiva que pretende. Mostra-se encantador numa fase inicial, mas a fachada cai à medida em que ganha mais confiança. Quando se sente desmascarado, sai do grupo ou da relação e volta a fazer o mesmo num círculo infinito até sentir que “ganhou a batalha”.
- O narcisista hostil sabe que as palavras são a sua melhor arma para destruir os outros, por isso, usa-as sempre a seu favor até que o outro perca as forças e lhe dê razão ou que tenha muitos “adeptos” e que os “seus adversários” não possuam qualquer oportunidade. Até ganhar a confiança das pessoas, é simpático, gentil e cativante, mas assim que se aproxima do que deseja, revela-se numa pessoa hostil, interesseira, mentirosa e manipuladora capaz de tudo para demover alguém do seu caminho porque encara os outros como alvos a abater e pessoas que não gostam dele ou querem destruí-lo. É esse sentimento de ofensa permanente que o leva a ser vingativo.
- O narcisista dominador acredita que é o melhor e que os outros não possuem qualquer valor, pelo que, as suas relações baseiam-se sempre no domínio sobre os outros e, procuram muito bem as pessoas mais frágeis para as poder ferir e usar.
- O narcisista centro das atenções quer ser o melhor e estar sempre acima de tudo e de todos. Publica imagens, mostra o que tem de melhor e não admite que exista alguém superior, pelo que lhe é muito fácil abafar alguém e retirar pessoas do seu caminho para que todos os elogios, “likes” e comentários positivos se enderecem a si. Adora as redes sociais e ser bajulado. Quando tal não acontece, perde as forças, mas rapidamente cria uma nova estratégia de persuasão, já que não consegue outro alimento que não o elogio dos outros, mesmo que seja falso ou artificial. Precisa de manter a ilusão de que “é o maior”.
Para que possam manter esse “status” vangloriam-se, inventam sucessos que não têm, histórias em que são sempre os heróis e não admitem que alguém os desminta ou duvide das suas mentiras, mas quando tal acontece, mudam de grupo com extrema facilidade, uma vez que ali já não conseguem alcançar o seu objetivo.
Dizem os entendidos que, dificilmente alguém consegue mudar um narcisista e que a ajuda psicológica também não surte muito efeito porque estas pessoas nem se dão oportunidade de pensar que precisam de mudar, por isso, a melhor solução é admitir que há pessoas assim, que nos fazem mal e que devemos conviver o mínimo possível com elas e que, quando o fazemos, temos de proteger-nos muito bem, sob pena de adoecermos.
Estas pessoas não possuem empatia, respeito pelos outros ou qualquer tipo de amizade que não seja a satisfação das suas necessidades, interesses, alimento de ilusões e chamadas de atenção, sublinham os especialistas nesta matéria.