Os representantes do Partido Social Democrata (PSD), na Assembleia Municipal de Tavira, apresentaram uma proposta de recomendação que defende mais serviços de emergência médica em Tavira.
Para os sociais democratas, nos últimos anos tem havido «um escalar de adversidades» quer seja pelo aumento da população quer pela falta de efetivos (humanos e materiais) para dar resposta às ocorrências no município, «colocando a população em risco, em especial, aquela que vive nos territórios do interior».
Apesar de reconhecerem que no passado houve uma melhor resposta e articulação de meios, consideram que o problema começou em 2008, quando se deu o total encerramento do serviço de atendimento permanente, SAP, no Centro de Saúde de Tavira. Para os deputados municipais, «a partir desse momento, todos os serviços realizados no concelho, que mereciam uma atenção de meia hora a quarenta minutos, passaram a durar mais de duas horas, uma vez que, todos os socorros são dirigidos ao SUB de Vila Real de Santo António ou ao Hospital de Faro, onde só de transporte do local da ocorrência até à unidade hospitalar, distam mais de meia hora». Nesse mesmo ano e como consequência pelo encerramento do SAP, o INEM colocou em Tavira uma ambulância diferenciada e a respetiva equipa. Já em 2022, a Unidade de Socorro da Cruz Vermelha de Tavira, deixou de executar serviços para o INEM.
Na última Assembleia Municipal, o PSD explica que o executivo referiu que nos últimos anos, o INEM tem reforçado a rede de ambulâncias no concelho nas alturas de verão, pelo que, em 2021, o INEM reforçou o concelho com uma ambulância de emergência que ficou sediada em Conceição de Tavira. «Tratava-se de uma ambulância “básica”, com a tripulação assegurada pelo INEM, trabalhando praticamente em exclusivo no período diurno e com muitas falhas de operacionalização por falta de recursos humanos». Também em 2022, o INEM voltou a reforçar Tavira com uma ambulância de socorro nos mesmos moldes do ano anterior, colocada no quartel da GNR de Tavira «e foram muito poucos os dias em que a ambulância pôde ser operacionalizada por falta de recursos humanos», lê-se na recomendação.
Considerando as carências do serviço de emergência tanto a nível de recursos humanos como materiais; a inexistência de um Serviço Básico de Urgência no concelho ou nos limítrofes; a distribuição deficitária dos recursos, deixando as Freguesias de Cachopo e Santa Catarina e a Conceição de Tavira com uma resposta demorada e as largas distâncias a percorrer pelas equipas de socorro quer dentro do concelho como na deslocação para as unidades de saúde, o grupo municipal do PSD recomenda ao executivo municipal que pugne junto do Ministério da Saúde e do INEM, pela colocação de uma ambulância e a respetiva equipa no aquartelamento de Cachopo de forma a aumentar a proximidade e diminuir os tempos de resposta na Serra de Tavira no curto prazo e pela abertura de um Serviço Básico de Urgências no Centro de Saúde de Tavira.
É recomendada uma reunião entre o executivo municipal, a delegação regional do INEM, o Comando Regional de Emergência e Proteção Civil, Bombeiros Municipais e a Proteção Civil de Tavira de forma a fazer o levantamento das necessidades e qual o impacto que a falta de meios
tem em Tavira.
É também defendida a integração no futuro Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil de Tavira de uma estrutura organizada que junte os diversos operadores no concelho, INEM, Bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa, de forma a garantir o pleno funcionamento da emergência médica no concelho, com vista a diminuir as falhas e o tempo de resposta.