O PSD condena os atrasos do INEM na prestação de socorro de emergência às populações, "uma realidade que se tem vindo a agravar ultimamente e de que a região do Algarve é um expressivo e infeliz exemplo", regista em comunicado
Após a morte de um homem, em Faro, depois de o INEM não ter conseguido encontrar uma ambulância disponível, para o seu transporte para uma unidade hospitalar do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os deputados Rui Cristina, Luís Gomes e Ofélia Ramos questionaram o Ministério da Saúde, querendo saber se este e outros casos, já publicamente denunciados, estão a ser objeto de inquérito, visando o apuramento de eventuais responsabilidades.
Os parlamentares algarvios do PSD pretendem ainda esclarecimentos sobre os recursos do INEM no Algarve, designadamente em termos de técnicos de emergência pré-hospitalar, bem como de ambulâncias e motociclos e se a tutela considera esses meios humanos e materiais suficientes para garantir que não se verifiquem atrasos elevados, os quais colocam em perigo a vida dos cidadãos.
O deputado Rui Cristina refere a propósito que “a Comissão Parlamentar de Saúde na Assembleia da República, já solicitara a audição de representantes do INEM e do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) para avaliar a situação, por estarem a aumentar os casos de mau funcionamento deste serviço, essencial ao socorro atempado das vítimas.”
Rui Cristina sublinha que no dia em que a audição se realizou naquele organismo da Assembleia da República que coordena, ocorreu novo atraso em que uma mulher de Olhão, com suspeita de AVC, teve de esperar mais de duas horas e meia pela ambulância. Anteriormente, um homem de 74 anos, em Tavira, também com suspeita de AVC, aguardou mais de 50 minutos pelo INEM.
“Para esta preocupante realidade muito contribuem o atual estado da frota do INEM, cuja renovação tem sido insuficiente e, bem assim, a sobrecarga de trabalho suplementar que os profissionais do INEM atualmente sofrem, com os efeitos na diminuição dos dias de descanso e aumento do desgaste físico e psicológico, um risco acrescido no desempenho das funções”, assegura Rui Cristina.
Perante estes dados, os deputados dizem que não é aceitável que o ministro não reforce os meios do socorro de emergência do INEM, por forma a assegurar o encaminhamento de doentes agudos. Neste âmbito, os social-democrcatas querem também saber quais são as metas quantificadas, até ao final de 2023, de reforço da capacidade do INEM no Algarve, designadamente no que se refere a técnicos, bem como a ambulâncias e motociclos.
No mesmo comunicado, sublinham ainda, as más condições de trabalho em que se encontram os profissionais de emergência pré-hospitalar, especialmente na unidade hospitalar de Lagos do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), em que a base da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) do INEM, em Lagos, foi recentemente transferida para a lavandaria no Hospital Terras do Infante, localizada numa cave com apenas seis metros quadrados e sem condições de segurança, designadamente contra incêndios e sem renovação de ar.
Para os deputados, estas condições comprometem a saúde dos profissionais do INEM "obrigados a trabalhar em instalações deficientes, além de afetar as suas condições de trabalho".
Outra das questões colocadas ao ministro da Saúde é se considera que a base do INEM no Hospital de Faro cumpre as especificações técnicas exigíveis por lei, em termos de segurança e se está prevista, em Lagos, a alteração das atuais condições de funcionamento da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) do INEM.
Face à crescente desmotivação por parte dos técnicos de emergência pré-hospitalar, os parlamentares querem saber em que consiste, o “modelo de compensação adequado” que o ministro da Saúde prometeu recentemente aplicar e a partir de que data o pretende concretizar.