As obras do Centro de Recolha Oficial de Animais de Olhão, podem sofrer atrasos, devido ao conflito na Ucrânia. Em causa está o aumento e a escassez das matérias-primas, essenciais para a construção.
A infraestrutura avaliada em mais de 1,1 milhões de euros, terá um acréscimo de 300% na capacidade de acolhimento, passando de 50 para 150 cães, sendo a novidade a capacidade de passar a acolher 60 gatos.
Em declarações ao Algarve Primeiro, o vereador do Município de Olhão, Ricardo Calé, que tem o pelouro da Intervenção Médico-Veterinária e Defesa da Saúde Pública, avançou: “fomos abordados pelo empreiteiro que nos coloca a questão do aumento do ferro como um dos principais entraves à continuação da obra. Lembro que o projeto - orçamentação - começou muito antes desta crise e deste aumento”, explicou.
O também vereador com o pelouro das Obras Públicas, disse que “este não é só um problema do novo Centro de Recolha Oficial de Animais de Olhão, mas uma situação recorrente, face à crise generalizada, ao aumento e escassez de matérias-primas e dos combustíveis”.
“A nossa estratégia é o dialogo. Reunimos com o empreiteiro e conseguimos que a obra continuasse, com um esforço adicional de todos. Lembro que este é um projeto estruturante e essencial para cidade”, vincou.
O vereador chamou também a atenção para a estratégia levada a cabo pelo município, com vista a controlar as colónias de pombos em Olhão, recorrendo a campanhas de sensibilização relativamente à proibição de alimentar aquelas aves na via pública.
Ao nosso jornal, realçou a criação do GABEA (Grupo de Acompanhamento do Bem-Estar Animal), onde se trocam ideias entre o município e as associações ligadas ao bem-estar e proteção animal com o objetivo de criar uma estratégia conjunta entre todos. “Desde a criação deste gabinete, foram implementadas medidas que visam melhorar a resposta conjunta entre associações e município, porque entendemos que desta forma, podemos acompanhar as necessidades desta causa tão importante que muitas vezes é colocada em segundo plano”, expressou.
Ricardo Calé falou ainda de um outro serviço implementado pela câmara municipal, como forma de responder às ocorrências de animais (errantes) feridos na via pública. A criação de um fluxograma que organiza a resposta às várias ocorrências que acontecem diariamente na cidade, permitindo uma resposta de apoio articulada entre as várias entidades. "O acordo prevê que, mesmo em horário pós-laboral, através de um protocolo com um hospital veterinário que dispõe de serviço de urgência, aberto 24 horas por dia, durante todo o ano, se houver um animal ferido na rua, de imediato o serviço de Proteção Civil Municipal recolhe o animal, levando-o para ser assistido, sendo todas as despesas asseguradas pela autarquia”, concluiu.