A seguir a Porto Santo, na Região Autónoma da Madeira, com 2848 casos por 100.000 habitantes, surge São Brás de Alportel, como o segundo concelho do país com a maior taxa de incidência - 1649 casos, referente ao período de 9 a 22 de dezembro. Os dados foram publicados esta sexta-feira, no boletim semanal da Direção-Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica em Portugal.
Além de São Brás de Alportel, há outros três concelhos algarvios acima dos 1000 casos: Faro - 1116, Castro Marim - 1065 e Loulé - 1064.
Contactado pelo Algarve Primeiro, o autarca de São Brás de Alportel, justificou que a atual situação está ligada a vários fatores, «a começar porque o concelho está rodeado por outros concelhos muito populosos e há uma grande circulação diária de pessoas, quer de São Brás de Alportel que trabalham fora, quer no sentido inverso, e isso faz com que exista uma maior transmissibilidade do vírus, entre concelhos».
Outra situação reportada, foi a transmissibilidade nos agregados familiares, «se antes havia um elemento da família que estava infetado e na maioria do casos ficava por aí, agora não, praticamente toda a família fica contagiada, sendo já um efeito desta nova variante (Ómicron), que tem catapultado os números a cada dia que passa».
Apesar da taxa de incidência ser altíssima no concelho, Vítor Guerreiro, elogia o desempenho da Delegada de Saúde local, que tem feito um trabalho exaustivo de testagem junto da população, facto que tem levado à deteção de muitos casos positivos e assintomáticos, «por exemplo, há um aluno que está positivo, toda a turma é testada e apanham-se muitos casos, e se não houvesse este grande esforço para testar, muitas pessoas nem sabiam que estavam infetadas», explicou.
Neste momento, o maior número de casos estão ligados a agregados familiares e à comunidade estrangeira residente no concelho, que também tem casa nos seus países de origem com destaque para a Alemanha e Inglaterra.
Ao nosso jornal, o edil falou que apesar dos profissionais de saúde estarem exaustos, o esforço está direcionado para a realização de testes, «posso adiantar que temos um acordo com o ABC dentro do protocolo que existe com o Ministério da Saúde, para 6 testes gratuitos por cidadão, em que na quinta-feira já estiveram a testar e vão voltar na próxima semana. Pelo menos uma vez por semana, vamos também tentar testar a população em massa e todas as situações que ocorrem no meio escolar e que por norma são grupos grandes, vêm equipas da Administração Regional de Saúde do Algarve ou com quem tem protocolos como a Cruz Vermelha Portuguesa, até cá, em que a Câmara apoia em toda a logística e instalações». Na próxima segunda e quarta-feira, o Centro de Artes e Ofícios já está reservado para testar mais turmas escolares.
Vítor Guerreiro desabafou que apesar de tudo, «a vida continua», referindo que tem havido um grande esforço para sensibilizar a população para a vacinação e nessa matéria «tem corrido bastante bem, praticamente toda a população tem aderido, algumas pessoas ainda são resistentes à vacina, mas a maioria da população tem respondido bem, inclusivamente à 3ª dose. Quanto ao cumprimento das regras de segurança, noto que as pessoas já estão cansadas e vão perdendo algum cuidado, é verdade que a economia tem de funcionar, mas temos de ter cuidado e perceber que a pandemia ainda continua cá, é preciso manter a máscara, o distanciamento social, higienização das mãos e a etiqueta respiratória», aconselhou.
