A principal consequência da falta de comunicação no seio do casal é a distância.
É verdade que, o afastamento entre os parceiros pode ter inúmeras causas, mas qualquer uma delas será mais facilmente ultrapassada com um bom diálogo que permita detetar problemas, esclarecer mal-entendidos, evitar conflitos e tomar decisões.
Dizem os terapeutas de casal que, a boa comunicação permite ainda que os amantes desfrutem de mais e melhores momentos de qualidade, mais intensidade afetiva, a recuperação do tempo perdido quando tal acontece e o reavivar da chama.
Pelo contrário, quando o casal não conversa, não expõe as suas ideias, não esclarece as suas dúvidas, não expressa o que sente, acaba por distanciar-se, por procurar outras pessoas com quem desabafar, por afastar-se cada vez mais do lar e das responsabilidades, por sofrer em silencio e, em muitos casos, por enveredar pela traição e futura separação.
Outro dos impedimentos da comunicação entre os parceiros é o estilo de vida acelerado e sem tempo, os muitos compromissos com amigos ou familiares que impedem que se crie um espaço de diálogo e de entendimento, os horários desencontrados, motivados pelo trabalho por turnos, por exemplo, as exigências profissionais, o cuidado com os filhos, mas também o medo de expressar o que se sente e de ser vulnerável com o parceiro numa altura em que “todos temos de ser fortes” e em que essa “máxima” se reflete dentro de casa.
Também há pessoas que alimentam o amor romântico de tal forma que não conseguem ver para além dele e encarar a realidade que apresenta problemas, obstáculos, desafios, momentos difíceis e angústias.
Seja qual for o motivo, é importante ter em mente que, o facto de não se conversar com a pessoa que vive connosco, acaba por acarretar muitos mais problemas, dor e sofrimento e por agravar ainda mais a situação, sendo inclusive essa uma das principais causas da rutura nas relações e, em especial, nas amorosas.
Quem estabelece uma boa comunicação, quem é capaz de ouvir, de falar abertamente sobre o que pensa e o que sente, torna-se confiável, desenvolve relações estáveis e duradouras com os outros, vive mais livre e mais feliz.
É um facto que devemos manter o respeito pelo outro e por nós próprios, pelo que, a conversa deve obedecer a estas regras elementares de tentar manter o tom de voz baixo, não utilizar um discurso ofensivo, manipulatório ou falso. É de verdade afetiva que se trata e é crucial que ambos entendam essa base que determina também a qualidade da convivência. Saber expressar-se é a chave que melhora à medida em que a aplicamos, que ganha expressão e hábito a partir do momento em que passa a ser um estilo de vida.
E registe que, independentemente dos motivos que o têm levado a não comunicar com quem ama, está sempre a tempo de alterar essa condição, de explicar ao outro que precisa de acrescentar esse fator decisivo para que a vossa convivência melhore, que evolua e que vos faça felizes.
Se tentar aproximar o seu parceiro/a e não conseguir, podem sempre tentar uma terapia de casal e, se mesmo assim não houver resultados, é melhor aceitarem o fim da vossa relação, pois quem não fala abertamente sobre o que sente e pensa, não está bem num namoro ou num casamento, concluem os terapeutas de casal.
