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Conheça-se melhor em seis passos

Conheça-se melhor em seis passos
Conheça-se melhor em seis passos  
Foto Freepik
Conhecer-nos, entender quem somos, como funcionamos e de onde viemos é fundamental para realizar muitas das mudanças que desejamos.

O autoconhecimento é o primeiro passo para desenvolver uma relação sólida de amor, respeito e apoio para consigo mesmo. Só a partir desse ponto aprendemos a cuidar-nos e a procurar os melhores ambientes e oportunidades.
 
Segundo a psicologia, trata-se de um processo que demora algum tempo, mas cujos resultados são determinantes para que desfrutemos de uma vida mais plena e mais próxima daquilo que somos e queremos ser.
 
Para se chegar ao autoconhecimento, é essencial que passemos por seis etapas:
 
1. Qual é o seu temperamento?
 
O temperamento acompanha-nos desde o nascimento e persegue-nos pela vida fora, mesmo que passemos por mudanças. Ajuda-nos a interpretar-nos, a observar os outros e o ambiente que nos rodeia e é relativamente estável.
 
Os investigadores em comportamento humano descreveram 3 tipos de temperamento, observáveis desde a tenra idade: o fácil, o difícil e o lento sendo que, cada um deles reflete tendências como maior ou menor adaptabilidade, o humor predominante, o nível de atividade, a tendência a explorar ou a inibir-se perante as situações novas. Quando fazemos um processo de autoconhecimento, identificamos mais facilmente aquilo que nos caracteriza e podemos sempre alterar, de forma consciente, aquilo que menos se adequa ao que queremos ser e o que nos limita de sermos mais felizes.
 
2. Estilo de apego
 
Mediante o tipo de apego que recebemos por parte dos nossos pais ou cuidadores, assim teremos uma maior ou menor predisposição para nos relacionarmos com as outras pessoas e de uma forma mais agradável e empática. É fundamental que identifiquemos se temos um estilo de apego seguro, em que damos e recebemos afetos, somos empáticos e capazes de expressar as nossas emoções, se nos influenciamos por um estilo evitativo, em que nos damos pouco porque também recebemos um apego insuficiente das nossas referências na infância e, com isso, somos instáveis, inseguros e pouco confiantes, se temos um tipo de apego ansioso ou desorganizado que também não nos ajuda a estabelecer relações de qualidade porque reunimos muitos medos, instabilidade, incoerências, dúvidas recorrentes e, em muitos casos, infundadas e daí por diante.
 
Neste ponto, é essencial que assuma o que viveu e que tente ressignificar a sua existência de forma a tentar ultrapassar aquilo que correu menos bem no seu passado e que pode persistir na sua condição de adulto, mas só identificando o problema, é que terá oportunidade de o reformular e de admitir que a não superação desse desconforto, acaba por perturbar a qualidade das suas relações com os outros, incluindo o/a parceiro/a.
 
3. Conhecer o seu eneagrama
 
O eneagrama é uma das classificações de personalidade mais conhecidas e completas que existem. Descreve nove tipos de personalidade que se ordenam de acordo com vários aspetos: a ideia que se tem de si mesmo, a capacidade empática, a forma de gerir a energia pessoal, entre outros. Com esta ferramenta, será possível descobrir-se, entender a razão pela qual age de uma determinada forma e não de outra, porque escolheu algo em detrimento de outra posição e daí por diante. A partir daí, será muito mais fácil posicionar-se, mudar de direção, se necessário, e assumir os seus pontos fortes e fracos para seguir em frente na sua vida, com mais autoconfiança e bem-estar pessoal.
 
4. Descreva os seus valores
 
Os valores pessoais, éticos e morais são os que orientam as decisões e atos de uma pessoa. São eles que determinam como se posiciona diante do mundo, o que defende, por que advoga e com o que se identifica.
 
Os valores representam as nossas prioridades e a forma como deveríamos agir nas mais variadas situações, sejam elas íntimas ou sociais. É esse referencial que nos caracteriza, impede que tomemos decisões que não se nos adequam ou que, pelo contrário, ajudam a decidir qual é o caminho que queremos seguir. Uma pessoa que defende a fidelidade, por exemplo, terá em conta esse valor antes de cometer uma traição, o mesmo se passa com a corrupção, a influência de outrem e daí por diante.
 
5. Qual é a sua definição de sucesso?
 
Neste ponto é crucial que “viaje” dentro de si mesmo e que encontre a sua própria definição de sucesso, uma vez que, passamos longos períodos da nossa vida a imitar os outros e a seguir as orientações que recebemos seja dos nossos pais, seja de colegas, professores, amigos ou outros.
 
É de incluir nessa reflexão a capacidade de responder a algumas perguntas que damos como exemplo para muitas outras: quer casar e ter filhos? Faz parte dos seus planos viver no seu país de origem? Ambiciona estudar e atingir o topo numa determinada profissão? Quer ser líder de uma empresa? Gosta de viajar ou pensa fazê-lo porque os seus amigos o fazem? Mostra-se tal como é ou criou um personagem socialmente aceite para vencer na vida? Gosta realmente do que está a construir ou trabalha para obter reconhecimento e valorização? Consegue olhar para si e valorizar-se ou está sempre à espera que os outros o façam? Depende da aprovação dos outros? Ambiciona ter um carro topo de gama porque um amigo ou chefe o possui?
Pense naquilo que lhe faz sentido, que gostaria mesmo de ser e de ter sem a influência do que já ouviu e registou daqueles com quem convive.
 
6. Tem emoções estagnadas?
 
Muitas vezes não nos damos conta do quanto um episódio de infância, adolescência ou outro nos marcou e feriu. Só quando vamos ao fundo dessa dor é que entendemos a razão pela qual evitamos pessoas, locais, situações que nos fazem lembrar tal sofrimento, por isso, reserve um tempo para refletir, recordar e analisar onde estão as suas feridas, porque todos as temos. Registe que, são essas marcas que nos limitam a ação, os pensamentos, o modo de agir e impedem a libertação daquilo que realmente somos. Ouça o seu “eu” interior, sinalize o que tem guardado e que não o deixa seguir com mais alegria e satisfação.
 
A partir destes pontos, estará a iniciar o seu processo de autodescoberta e, aos poucos, irá sentir-se cada vez mais conectado consigo mesmo, mais livre, mais satisfeito e seguro. Esta é a base, desenvolva-a e siga em frente.