Analisar estratégias e conhecer soluções para enfrentar a falta de água e a ineficiência energética na região do Algarve é o tema de um congresso internacional que vai levar vários especialistas das áreas da energia, construção e ambiente ao Hotel Tivoli, em Vilamoura, no dia 3 de outubro.
Promovida por duas empresas ligadas a estes setores, pelo Grupo Giacomini, com sede em Itália, e a Canalcentro, PME Líder com uma filial em Loulé, a iniciativa visa, também, sensibilizar, mobilizar e desafiar os agentes económicos, o Governo e os profissionais a adotarem boas práticas para a utilização racional dos recursos, tanto hídricos como energéticos, a implementarem políticas e a adotarem soluções inteligentes e sustentáveis.
O evento, que contará com a presença de David Pimentel, vice-presidente da Câmara Municipal de Loulé, e João Rodrigues, vice-reitor da Universidade do Algarve, vai reunir um vasto grupo de profissionais com conhecimento e experiência em setores chave da economia local.
Serão, ainda, abordados tópicos emergentes como a transição energética, o autoconsumo, a descarbonização dos edifícios, o licenciamento da água para reutilização e a utilização de hidrogénio na climatização de edifícios residenciais, empresariais e públicos.
"O Algarve tem sofrido uma crise crónica de falta de água, que ameaça gravemente a economia da região", refere Vasco Silva, diretor-geral da Giacomini Portugal. "O aumento da procura de água para satisfazer as necessidades das famílias e das atividades económicas, com destaque para a agricultura e o turismo, é incompatível com a tendência de redução da precipitação que se verifica no sul do país", explica o responsável.
“A Agência Portuguesa do Ambiente revelou, recentemente, que o ano de 2023 registou o 9.º valor mais baixo de precipitação desde 2000. Em conjunto com a temperatura, este é um dos indicadores mais importantes para caraterizar o clima de uma região. Sabendo nós que a precipitação média do Algarve, nos últimos 25 anos, é cerca de 20% a 30% inferior à média de longo prazo do período anterior, temos motivos reais para estarmos preocupados. Mas mais do que isso, é imperativo sermos agentes de mudança e implementarmos, a curto prazo, soluções eficientes. Este encontro visa, precisamente, reunir e desafiar as entidades e os decisores públicos e privados a apresentarem linhas orientadoras e ações de compromisso, para que o Algarve tenha um futuro sustentável”, esclarece.
Este 2.º Congresso Internacional, contará, ainda, com a participação de intervenientes do Benelux e de Itália, com elevada formação e experiência em sistemas de climatização, que vão dar a conhecer soluções inovadoras assentes na utilização de hidrogénio. “A sustentabilidade do Algarve está em risco e é urgente disponibilizar, de forma transversal, as melhores tecnologias, que podem vir a ser decisivas na resolução dos graves problemas sentidos na região”, conclui Vasco Silva.