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Como saber se alguém está a mentir?

Segundo a ciência, o ser humano gosta de mentiras, de ilusões e de ficção, razão pela qual se começa a mentir desde a tenra idade.
Segundo a ciência, o ser humano gosta de mentiras, de ilusões e de ficção, razão pela qual se começa a mentir desde a tenra idade.  
Foto: Freepik
Todos mentimos de vez em quando, pelo que, ninguém pode afirmar que nunca foi enganado ou que nunca mentiu.

A mentira acaba por ser um recurso para nos livrarmos de algumas situações, para nos protegermos e até para alcançarmos algo que pretendemos.
 
Segundo a ciência, o ser humano gosta de mentiras, de ilusões e de ficção, razão pela qual se começa a mentir desde a tenra idade.
 
Em muitos casos, preferimos uma falsidade confortável a uma verdade horrível, embora muitas pessoas garantam que preferem sempre saber a verdade, mas na prática, não é bem assim.
 
Segundo os cientistas, a capacidade de mentir é, provavelmente «uma habilidade adquirida evolutivamente, já que a vida de uma pessoa pode basear-se no fingimento, na camuflagem e noutras habilidades associadas».
 
Afirmam os mesmos entendidos que, o ser humano é capaz de detetar até 54% das mentiras que ouve. Se o interlocutor for conhecido ou lhe for dada atenção especial, a percentagem aumenta. Em geral, as mulheres são mais hábeis em detectar mentiras, pois tendem a reconhecer melhor as emoções humanas, registam.
 
Uma outra curiosidade acerca das mentiras é que, por muito que possa parecer infalível, nenhuma “máquina da verdade” consegue ser cem por cento eficaz, na medida em que, com treino e habilidade, é possível que muitas pessoas a consigam enganar e manipular os resultados.
 
Também é comum afirmar-se que, as crianças são ingénuas e inocentes e que não mentem, mas como já dissemos acima, o ser humano começa a mentir desde muito cedo e pelos mais variados motivos. Estima-se que, uma criança comece a faltar à verdade por volta dos 2 anos. No início, começa por fantasiar a realidade, mas depressa  descobre que uma ou outra mentira pode acarretar-lhe benefícios, pelo que, se não for educada convenientemente , rapidamente pode tornar-se numa mentirosa compulsiva.
 
Na mesma sequência de curiosidades acerca das mentiras, os psicólogos descobriram que mentimos muito mais a nós próprios do que aos outros, afinal, quem é que testa a validade das suas ideias ou crenças se não as partilhar com alguém? Podemos muito bem construir um mundo baseado em falsas histórias e acreditar nelas vivamente, a ponto de acharmos “que essa é que é a verdade”, explicam os mesmos entendidos.
 
É muito mais fácil defendermos uma mentira até à exaustão e tentarmos  justificá-la do que pensarmos acerca da sua validade ou razão de existência, pelo que, é muito frequente que nos enganemos, mas que defendamos uma convicção até ao fim e que passemos a nossa vida assentes em bases pouco verdadeiras, como acontece em muitos casos.
 
Muitas pessoas acreditam tanto que estão certas que nem mentem por maldade ou com intenção, mas sim porque essa já é a sua forma de estar na vida e aquilo que as orienta, mas também há quem saiba a verdade, a defenda e engane os demais, completam os mesmos entendidos.
 
A ciência afirma que um indivíduo mente entre uma e dez vezes por dia. Isso significa que cerca de 365 mentiras são contadas por ano e que um jovem de 20 anos terá contado cerca de 7.300 mentiras ao longo do seu percurso. Nunca é demais registar que, os mentirosos compulsivos ultrapassam este número em larga escala e que, muitas vezes sem nos darmos conta, já estamos a mentir… Quantas vezes já disse: “Estou bem”, quando na realidade não se sente assim? E em quantas situações já mentiu para obter um benefício, para escapar a uma crítica, evitar um compromisso ou evitar uma falha? No fundo são tudo mentiras, muito embora umas possam ser mais subtis e inofensivas que outras.
 
Para saber se uma pessoa mente, é importante ter em atenção alguns pontos chave registados pelos entendidos. Por um lado, é fundamental estar atento, tentar perceber se a pessoa é capaz de repetir duas vezes a mesma afirmação, se fica envergonhada com alguma coisa, se foge ao assunto, se desvia o olhar e daí por diante; clássicos que a maioria de nós utiliza para se certificar se está a ser enganado, mas os cientistas alertam para que esteja também atento ao efeito Pinóquio, que consiste na ponta do nariz ficar um pouco mais vermelha e acompanhada de alguma comichão. É por isso que, quando alguém conta mentiras, provavelmente toca no nariz.
 
Da mesma forma, há uma mudança na temperatura do rosto que é mais perceptível no canto interno do olho. Claro, seria preciso tocar em alguém e ter um tato altamente desenvolvido para perceber esse pormenor, no entanto, é possível observar se a pessoa que está a falar e, supostamente a mentir, se toca no pescoço para coçar-se ou simplesmente por tocar, já que esse também é um indicador de que está a faltar à verdade.
 
Por outro lado, se fizer uma pergunta a alguém para obter um “sim” ou um “não”, para saber se ela está a dizer-lhe a verdade, verifique se começa a balançar a cabeça para a direita ou para a esquerda, pois se o fizer para a direita, está a mentir-lhe, explicam os entendidos, clarificando que, o cérebro processa esse gesto em relação direta com o hemisfério a que corresponde. A esquerda recorda a informação e, logo é mais confiável, enquanto que a direita cria e inventa.
 
A ciência também descobriu que o cérebro de quem mente com frequência é diferente do das pessoas sinceras. Um estudo realizado em 2018 e publicado no The British Journal of Psychiatry descobriu que os mentirosos compulsivos têm mais massa branca do que cinzenta no lobo frontal do cérebro.
 
Na mesma sequência, os entendidos assinalam que, é muito mais fácil enganar um mentiroso do que uma pessoa sincera, sabe porquê? Quanto  mais a pessoa é sincera, maior será a sua capacidade de detetar a falsidade dos outros. Pelo contrário, os mentirosos costumam ter uma perceção fraca do que é verdadeiro e do que é falso, pelo que, em regra, são enganados com mais facilidade. Ao mesmo tempo, são pessoas muito habituadas a lidar com a mentira e a arte de enganar, o que dificulta muito a lucidez e o discernimento necessários para apurar a verdade nas mais variadas circusntâncias.