Dicas

Como lidar com um filho respondão

Falar alto ou gritar nunca é uma boa opção, sobretudo porque os mais novos aprendem a fazer o mesmo.
Falar alto ou gritar nunca é uma boa opção, sobretudo porque os mais novos aprendem a fazer o mesmo.  
Foto - Freepik
Num qualquer momento do desenvolvimento, todas as crianças passam por uma fase em que têm sempre uma resposta na ponta da língua e em que parecem querer contrariar os pais.

De facto, não é muito fácil, nem agradável lidar com essa situação, no entanto, é preciso entender o que pode estar por detrás desse comportamento.
 
É ainda de registar que, responder da mesma forma não é a melhor solução, uma vez que os pais devem estar acima desses comportamentos erráticos e saber dar um exemplo positivo, pelo que, os entendidos deixam algumas dicas que podem facilitar a tarefa.
 
Anote ainda que, de forma alguma, os pais devem permitir que os filhos lhes faltem ao respeito, que digam palavrões, que gritem ou falem alto, pelo que, desde cedo os adultos devem assumir uma posição de autoridade.
 
1. Não grite com o seu filho
 
Falar alto ou gritar nunca é uma boa opção, sobretudo porque os mais novos aprendem a fazer o mesmo. Assim, procure manter a calma e tentar compreender a razão pela qual o seu filho lhe deu essa má resposta. Converse com ele, procure entendê-lo, mas estabeleça limites; mostre-lhe que a situação não se pode repetir.
 
2. Mantenha a compostura
 
É verdade que os pais não têm de ficar impávidos e serenos com o mau comportamento dos filhos, mas também é um facto que não precisam de se irritar e de perder a calma e a seriedade exigida a quem define a marca da autoridade nas crianças. Se os pais são muito tolerantes, os filhos tenderão a aumentar a gravidade do comportamento, mas se forem muito rígidos, naturalmente que eles vão ficar com tanto medo que terão dificuldades em confiar nos pais e em falar abertamente com eles. É no equilíbrio que está o segredo. A criança portou-se mal, devemos dizer-lhe que não gostamos desse comportamento e que, se houver uma repetição, haverá consequências. Por exemplo, menos tempo de ecrãs por semana, ir para a cama mais cedo, não ir a algum lugar que a criança gosta, retirar-lhe o doce semanal e daí por diante.
 
Registe que não é preciso humilhar e dizer frases ofensivas, basta que diga á criança que o seu comportamento não foi correto e que terá de melhorá-lo, sob pena de lhe ser retirado algo de que gosta durante um tempo.
 
3. Não faça ameaças
 
Anote que, quando uma criança tem um comportamento desadequado, normalmente algo se passa. Ou tem algum problema na escola, tem medo de alguma coisa, anda cansada, dorme pouco, anda mais instável com algo novo na sua rotina, passou por algo que a magoou, entre outros. Se os pais a abordam de uma forma agressiva, assustadora ou até ameaçadora, é natural que não fale acerca do problema e que ainda reaja de forma pior. Opte então por ouvi-la, por mostrar disponibilidade para conversar, mostre afeto e compreensão. Depois de resolvido o problema, mostre-lhe que não gostou da forma como lhe respondeu ou se comportou naquela ocasião em concreto e que não é assim que se resolvem os problemas.
 
4. Evite discutir em público
 
É evidente que deverá dar um primeiro sinal de que algo não correu bem, mas diga ao seu filho que vão conversar sobre o assunto em casa. As discussões em público fazem aumentar a tensão, para além de darem lugar a que outras pessoas intervenham. A melhor forma de mostrar ao seu filho o comportamento correto, é dar o exemplo da melhor maneira para o solucionar, assim, em casa, com calma, conversem sobre o sucedido.
 
5. Tente encontrar a causa do problema
 
Ao longo do desenvolvimento, as crianças passam por diferentes fases e vivem as emoções em função das mesmas. É natural que nem sempre saibam expressar-se da melhor forma, que imitem um colega ou um professor e, quem sabe, se até estão a fazer o mesmo que os pais, já que tudo depende do ambiente em que são criadas. Por isso, não se precipite, procure saber o que se passa, averigue se o seu filho está com algum problema e ajude-o, mas não se esqueça de repreender o comportamento errático ou a má resposta.
 
6. Explique o que é e o que não é aceitável
 
Mostre ao seu filho que gosta muito dele, que o entende e compreende, mas que não aceita que ele lhe responda de forma negativa, agressiva, com palavrões ou expressões faciais e gestos desajustados. Os pais são um porto-seguro, são amigos, apoiam e confortam, mas também exigem e estabelecem limites, pelo que não permita abusos de qualquer espécie, sob pena de os mesmos se tornarem num hábito.
 
Aproveite a conversa para lhe dizer qual é a melhor forma de se expressar e de falar acerca do que o inquieta. O diálogo é sempre a melhor forma de solucionar um problema, tal como uma postura adequada e o respeito pelos pais são um imperativo.
 
Por fim, não se foque só no que a criança fez de menos correto e seja capaz de elogiá-la sempre que tem um comportamento positivo ou que faz uma boa ação. Lembre-se de que, a educação é um processo longo, duro e exigente, mas que tem muitos momentos de amor, compreensão e entendimento como recompensa. São estes ingredientes que tornam a convivência prazerosa e gratificante para todos. Zangue-se quando necessário, mas não se esqueça de dar amor quando é oportuno, pois será essa dualidade que vai permitir que o seu filho cresça com um bom exemplo parental, com mais autoestima, autoconfiança e bem educado.