Dicas

Como lidar com pessoas agressivas e competitivas

Como lidar com pessoas agressivas e competitivas
Como lidar com pessoas agressivas e competitivas  
Foto-cookie_studio/Freepik
São perfis altamente prejudiciais que criam ambientes de trabalho caracterizados pelo stress e pela ansiedade.

Segundo a ciência, estas pessoas não hesitam em dominar, manipular e apropriar-se das nossas conquistas para que possam ser beneficiadas e ver satisfeitos os seus interesses.
 
É um facto que, de algum modo, todos somos competitivos e, em algum momento das nossas vidas também excedemos os nossos limites, contudo, as pessoas agressivas e competitivas fazem parte de um tipo de perfil específico porque fazem uso constante desse recurso prejudicial.
 
Estes homens e mulheres não olham a meios para atingirem os seus fins, não se preocupam com o que provocam nos outros porque só têm em mente a sua progressão, o seu sucesso e a conquista de um lugar seguro numa organização de maior ou menor dimensão. Violam direitos, não incluem os outros nas suas ações, manipulam, mentem, enganam, inventam histórias, calúnias e daí por diante, quase como se os demais não existissem ou não tivessem sentimentos, o que leva à doença psicológica dos que os rodeiam.
 
Para além de integrarem o ambiente profissional, é comum que contactemos com pessoas agressivas e competitivas em todos os lugares, não sendo incomum na família, no grupo de amigos, na escola, universidade, numa modalidade desportiva, ou outro.
 
Se é verdade que todos queremos ser os melhores em algum momento das nossas vidas, também é um facto que essa conduta nos conduz à ansiedade, sendo recomendável que evitemos esse tipo de postura e que recusemos entrar nessa dinâmica agressiva e competitiva, já que os prejuízos são muito mais elevados do que os benefícios, alertam os psicólogos.
 
Na base desse tipo de comportamento estão estes aspetos:
 
- A falta de autoestima manifesta-se  de infinitas formas, e muitas delas dão origem a padrões de comportamento muito prejudiciais. As pessoas competitivas precisam de notoriedade em quase todos os momentos para  que possam experimentar uma sensação de poder. Para isso, não hesitam em desrespeitar os outros para alcançar objetivos e, assim, reforçar a sua imagem.
 
Por outro lado, esses homens e mulheres vivem num estado de hipervigilância constante. Estão em constante comparação com quem os rodeia e, se perceberem que alguém se destaca mais do que eles, farão de tudo para superá-lo e tirar partido disso.
 
- O modelo de pensamento “preto ou branco” caracteriza pessoas com uma mentalidade rígida e inflexível, expressando este tipo de pensamento: “Ou estás comigo, ou estás contra mim”, “Se eu não ganhar, tu vais sofrer as consequências”, “Não aceito perder por nada deste mundo”, “Estou aqui para ganhar”, “Ninguém é melhor do que eu”, entre outros.
 
Segundo um estudo realizado na Universidade de Rochester, Nova York, “estas pessoas não levam em consideração fatores inerentes como sociabilidade, empatia, senso de cooperação, etc.”, pelo que lhes é fácil seguir em frente em prol dos seus objetivos e nem olhar para os estragos que provocaram nos outros.
 
- As pessoas competitivas e agressivas podem mostrar, em alguns casos, uma personalidade psicopática. O facto de se focarem apenas no seu próprio benefício, de não hesitarem em recorrer à mentira, à manipulação, ao abuso e à intimidação pode delinear esse distúrbio psicológico.
 
Contudo, na maioria das vezes deparamo-nos com uma personalidade narcisista que procura visibilidade, validação e admiração. Para isso, não hesita em sabotar os direitos dos outros para chegar ao topo.
 
Naturalmente que, quem convive com este tipo de pessoas vai sentindo um desgaste crescente, uma ansiedade enorme, muito stress, perda da autoestima, desconforto e mal-estar e, muitas vezes, acaba por já não conseguir manter esse contacto ou por se habituar tanto a essa desvalorização que adoece psicologicamente. Para evitar essa autodestruição é essencial que aprenda a proteger-se, alertam os especialistas, recomendando que estabeleça os seus próprios limites, não siga as orientações de colegas agressivos e competitivos, cumpra as suas funções com responsabilidade, alerte a empresa caso verifique que existe uma tentativa de prejudicá-lo, não fale sobre a sua vida pessoal nem mantenha contactos próximos com essas pessoas, não as imite e tente dar o seu melhor, mas sempre com desapego.
 
Se decidir entrar na competição de um colega tóxico, meça bem as consequências e pondere se esse será o melhor caminho a seguir, sem esquecer-se de salvaguardar a sua dignidade, respeito, a relação com os demais colegas, o seu tempo de descanso, vida familiar e daí por diante, uma vez que, para vencer na vida, este tipo de pessoas não respeita os outros e exige em demasia o que, mais cedo ou mais tarde, acaba por destruir-nos física, psicológica e emocionalmente, concluem os entendidos nesta matéria.
 
Registe que, a  competitividade em qualquer área das nossas vidas faz-nos crescer quando é respeitosa e não nos leva a dinâmicas contaminadas por agressões, humilhações ou boicotes, por isso, tire partido do seu melhor, cumpra aquilo que está ao seu alcance, seja responsável e não se esqueça de informar as chefias caso detete situações irregulares e prejudiciais para si e para os demais.