Muito se tem falado do impacto positivo e negativo das redes sociais na nossa saúde mental, mas os investigadores adiantam que também é preciso aprender a lidar com as emoções que resultam das críticas e do “ódio” que as mesmas despertam.
Conhecidos como os “haters”, há pessoas que recorrem a essa forma de comunicação e de ligação ao mundo só para despertar “ódios”, invejas, mal-estar, tristeza, raiva e daí por diante.
Quando publicamos uma foto ou tecemos um comentário acerca de algo, corremos o risco de ser “mal recebidos” por quem só integra as redes sociais para prejudicar os outros, para criticar destrutivamente e para nos fazer desencadear sentimentos negativos.
Naturalmente que, essa dinâmica acarreta emoções negativas e temos de aprender a lidar com elas, sob pena de entrarmos em processos autodestrutivos, resumem os cientistas em revistas de especialidade.
É evidente que, a comunicação e as relações humanas se processam com base na opinião de terceiros, mas os “haters” distinguem-se pela capacidade de ferirem os outros e de, em muitos casos, levarem a que muitos utilizadores não consigam permanecer em determinados grupos e até que se afastem dando baixa do seu perfil. Para evitar chegar a esse ponto, é recomendado que se aceite desde logo que, a maioria das críticas destrutivas que recebemos nas redes não são um reflexo da nossa personalidade ou comportamento, mas sim da maldade e intenção negativa de quem as tece, alertam os entendidos.
Para facilitar a tarefa e, sabendo que existem estes “haters” que parecem só ter a função de alimentar um algoritmo que seleciona esse tipo de conteúdos para obter mais visitas e “gostos”, temos de aprender a proteger-nos.
Neste contexto, deixamos-lhe algumas dicas dos especialistas para que possa lidar melhor com a negatividade que circula nas plataformas digitais:
1. Selecione muito bem os grupos que integra e vigie o tipo de comentários que recebe. Saiba que pode sempre sair de qualquer grupo e de suspender a amizade com alguém que o prejudica de alguma forma.
2. Tente analisar friamente o comentário que recebeu e se, efetivamente o mesmo lhe faz algum sentido ou se pode retirar alguma aprendizagem para a sua vida. Caso contrário, pondere se é melhor responder ou permanecer em silêncio e afastar-se dessa pessoa. Lembre-se de que ninguém é obrigado a conviver com pessoas que a ferem ou magoam de alguma forma e, as plataformas digitais facilitam a saída rápida de um determinado contexto hostil.
3. Estabeleça os seus limites de utilização das redes sociais e defina muito bem o que permite e o que não aceita. Esta tomada de posição é fundamental para não entrar em esquemas dolorosos e para evitar ser maltratado e ofendido de alguma forma. Não é por se tratar de uma ligação ao mundo que temos de tolerar tudo e ainda menos de participar em todos os grupos que nos são sugeridos. Anote ainda que, as figuras públicas estão mais expostas às críticas destrutivas, pelo que têm um dever acrescido de proteger-se, pois uma má palavra pode destruir a imagem de uma vida.
4. Exclua as mensagens depreciativas da sua página e decida quem é que pode publicar ou comentar no seu perfil - são ações que podem inibir quem é malintencionado. Depois, também pode e deve comunicar a situação aos responsáveis pela plataforma e às autoridades, pelo que não está sozinho no processo e não deve sentir-se indefeso e incapaz de ultrapassar o problema.
5. Aprenda a reconhecer e a gerir as suas emoções porque, quem integra uma rede social tem de aceitar que se trata de um meio de difusão rápida de informação, seja ela de boa ou má qualidade, seja ela positiva ou negativa. Se podemos excluir pessoas ao sabor de um clique, também podemos sair de um grupo ou simplesmente aprender a ignorar aquilo que se lê, mas sem perder de vista que aquilo nos afetou de alguma forma. É importante desabafar com alguém da nossa confiança e relatar o sucedido, tal como é fundamental não alimentar determinados discursos de “ódio” e aprender a sair com classe. Quando percebemos que não conseguimos suportar a situação, não devemos hesitar em mudar alguma coisa e ainda menos em pedir ajuda, pois em muitas situações entra-se num círculo vicioso de sofrimento e só nos damos conta quando já é tarde demais para evitar a dor.
Registe ainda que, as pessoas são todas diferentes e, há quem consiga descartar o impacto das críticas destrutivas seguindo em frente, outras enfrentam a figura que as critica e, há muitas pessoas que sofrem em silêncio e que, quando se apercebem, já estão em depressão ou muito perto dela. Mas essas emoções têm de ser assumidas para que se possa ultrapassar o mal-estar daí resultante, tal como é imperioso compreender que, por detrás de um ecrã está um ser humano, alguém com maior ou menor vulnerabilidade e sensibilidade, alguém que reage mal aos comentários negativos e que precisa de apoio especializado ou de pura e simplesmente mudar de plataforma ou de ocupação de tempos livres, pois as redes sociais existem para divertir-nos, mas os comportamentos de algumas pessoas, acabam por ferir-nos.
Tenha ainda em mente que, uma boa forma de proteção é não expor demasiado a sua vida nestas plataformas para que não seja muito vulnerável à crítica alheia, o mesmo se passa com o tipo de publicações e comentários que tecemos. Usar alguma formalidade nestas plataformas ajuda-nos a manter algum distanciamento e respeito, tal como o tipo de conteúdo pode aproximar ou afastar mais ou menos algumas pessoas e, não se esqueça, pode sempre remover “os intrusos” das suas ligações, mesmo que isso lhe pareça “estranho”, mas muito pior é estar a alimentar os ditos “haters”.
Decida cuidadosamente quem pode ver as suas publicações, quem quer acompanhar nas plataformas e esteja sempre preparado para remover alguém que não o respeita e que o magoa, recomendam os entendidos nesta matéria.