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Como é que a alimentação pode melhorar a saúde mental?

Afirmam os investigadores que, a ingestão alimentar pode ser afetada pela ausência de saúde mental
Afirmam os investigadores que, a ingestão alimentar pode ser afetada pela ausência de saúde mental  
Foto: Freepik
Estudos recentes indicam que a Dieta Mediterrânica, com o consumo regular de fruta, hortofrutícolas, leguminosas, frutos secos, cereais integrais, azeite virgem e peixes gordos, apresenta um efeito protetor contra as consequências negativas da depressão.

Uma alimentação saudável e equilibrada é uma forma de profilaxia ou tratamento para o desenvolvimento de doenças do foro mental, promovendo maior sensação de bem-estar, melhoria do humor e mais energia, apontam os mesmos trabalhos de investigação.
 
Por outro lado, o elevado consumo de açúcar refinado para além de desregular a produção de insulina, hormona responsável pelo controlo da glicose no sangue, ativa processos inflamatórios no organismo e promove o stress oxidativo. A ingestão de grandes quantidades de açúcar afeta o funcionamento cognitivo conduzindo a situações de alteração de humor, ansiedade e depressão, fadiga, diminuição da atenção e estado de alerta.
 
Afirmam os investigadores que, a ingestão alimentar pode ser afetada pela ausência de saúde mental, na medida em que, os estados depressivos e de ansiedade podem conduzir a falta de apetite, dando lugar a défices nutricionais e/ou de peso, ou compulsão alimentar e procura incessante por alimentos que causem uma sensação de conforto imediato. No caso específico da compulsão, a procura por alimentos habitualmente ricos em açúcar vai trazer uma falsa sensação de bem-estar momentâneo (proporcionada pelo aumento da hormona serotonina) que posteriormente desencadeia reações no nosso organismo que aumentam a predisposição para ansiedade, irritabilidade, resistência à insulina e obesidade.
 
Rica em vitaminas, minerais, fibra e gorduras polinsaturadas (ómega-3 e ómega-6),a Dieta Mediterrânica  é uma escolha saudável para a manutenção de uma mente sã ou melhoria do bem-estar no caso de doença do foro mental, evidenciam os cientistas.
 
Assim, uma boa forma de prevenir a doença e de obter mais saúde em geral e, em particular no que se refere à saúde mental, consiste em:
 
– Aumentar o consumo de hortofrutícolas e fruta: garante o consumo adequado de vitaminas, minerais e fibra. Varie e consuma cerca de 5 porções de fruta e hortícolas por dia. Fruta idealmente em peça, com casca se possível, hortícolas em saladas, sopas ou como acompanhamento;
 
– Ingerir alimentos ricos em ómega-3 e ómega-6: estes ácidos gordos são fundamentais para a função cerebral. Consuma de forma regular alimentos como: peixes gordos, azeite, frutos secos, sementes, abacate;
 
– Moderar o consumo de cafeína: apesar de ser estimulante, a cafeína pode causar, após o pico de energia, sensação de ansiedade e perturbação de sono. Evite o seu consumo excessivo e próximo da hora de deitar. A cafeína está presente não só no café, mas também no chocolate, em refrigerantes, bebidas energéticas e chá;
 
– Beber água: a desidratação dificulta a concentração para além de poder provocar obstipação, ambas as condições devem ser evitadas em situações de saúde mental comprometida ou para prevenção de doenças do foro mental;
 
– Fazer exercício: não se trata propriamente duma alteração alimentar, é uma alteração de estilo de vida que beneficia muito a saúde mental pela libertação de endorfinas que ocorrem durante o esforço físico que se traduzem numa sensação de bem-estar, prazer e relaxamento.
 
É importante sublinhar que, com estas dicas, os entendidos não estão a dizer que terá naturalmente saúde mental e que não precisa de tomar medicação quando a mesma for prescrita pelo médico, mas sim que, «a intervenção multidisciplinar é fundamental. Faça alterações alimentares indicadas para a sua situação, preferencialmente com acompanhamento dum nutricionista, mas não deixe as consultas regulares com o profissional apropriado. Apenas assim conseguirá dominar os sintomas e eliminar/estabilizar a doença», concluem.