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Ciência explica diferenças entre stress e ansiedade

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Cerca de 20% da população mundial vive com problemas de saúde mental, sendo a ansiedade e a depressão as perturbações com maior incidência em Portugal e no mundo.

Segundo a Fundação José Neves, o nosso país é o segundo da Europa com maior prevalência de doenças psiquiátricas. Um em cada cinco portugueses sofre de uma perturbação mental.  Em Portugal este é mesmo o segundo tipo de doenças mais registado (12%), apenas ultrapassado pelas doenças cardiovasculares (14%).
 
Com o estilo de vida atual, o stress e a ansiedade têm ganho expressão e merecem um destaque, uma vez que, quanto mais conhecermos acerca do assunto, mais preparados estaremos para nos protegermos.
 
O stress é uma resposta a uma demanda urgente do ambiente, como um perigo imediato. Tem como objetivo acelerar a resposta para resolver a situação o mais rapidamente possível processando-se através da ativação do sistema nervoso simpático.
 
Em situações agudas, o stress pode ser adaptativo e benéfico, ajudando-nos a lidar com cenários de emergência. No entanto, quando se torna crónico ou agudo, é clinicamente significativo e pode ter sérias implicações na saúde em geral.
 
Por seu turno, a ansiedade é uma emoção antecipatória que é acionada quando a pessoa prevê algo de perigoso ou negativo que lhe pode acontecer. A resposta fisiológica, depende do sistema nervoso simpático e visa prevenir essa situação, não resolvê-la.
 
A ansiedade também é uma emoção adaptativa e útil, desde que não seja vivenciada continuamente ou na ausência de perigo real.
 
De acordo com os especialistas nesta matéria, ambas as emoções apresentam uma série de manifestações físicas semelhantes, tornando-as facilmente reconhecíveis, como as seguintes:
 
Tremores;
 
Suores;
 
Arrepios;
 
Broncodilatação;
 
Dilatação da pupila;
 
Perturbações digestivas;
 
Aumento da frequência cardíaca e respiratória.
 
É também fundamental conhecer as diferenças entre stress e ansiedade a nível cognitivo, pois aí está a chave para caracterizá-los  e tratá-los.
 
Importa notar que, como ambas as respostas emocionais são excitatórias e estão relacionadas ao perigo (real ou antecipado), é fácil confundi-las ou mesmo experimentá-las ao mesmo tempo, no entanto, os cientistas distinguem-nos  assim:
 
1. Origem
 
Enquanto que o stress surge de um evento claro e presente, como uma emergência, na ansiedade a origem não é tão evidente. Por ter uma projeção no futuro, a excitação nervosa não tem começo, nem fim claros.
 
2. Fatores que os desencadeiam
 
No caso do stress, o fator que o desencadeia vem do ambiente. O indivíduo enfrenta uma situação que exige uma resposta imediata. Por outro lado, os fatores que desencadeiam um estado de ansiedade são internos, gerados pelo medo que a pessoa sente daquela possível situação que está a antecipar.
 
3. Duração da resposta fisiológica
 
Na ansiedade, a duração dos efeitos é complexa, pois a excitação responde a fatores cognitivos e pode perdurar mesmo que a situação problemática nunca ocorra. Porém, o stress termina quando o estímulo que o desencadeia desaparece. É de anotar que, o stress pode tornar-se crónico quando os fatores que o desencadeiam são muitos ou nunca acabam.
 
4. Intensidade de resposta
 
A intensidade do stress e da ansiedade varia em função dos fatores que os desencadeiam. No primeiro caso, corresponde à gravidade percebida do evento stressante, enquanto na ansiedade o grau é mais subjetivo e depende do pensamento do indivíduo.
 
5. Gravidade
 
Outra diferença entre ansiedade e stress é a gravidade dos transtornos mentais que causam.
 
A ansiedade tem maior abrangência, pois está relacionada a fobias ou transtornos de pânico, entre outros. A gravidade do stress, contudo, tanto na forma aguda como na crónica, é menor que a da ansiedade.
 
Quando se trata de distúrbios orgânicos, como problemas cardiovasculares, a sua gravidade também deve ser levada em consideração.
 
6. Tratamento
 
Segundo a ciência, as emoções adaptativas devem ser tratadas de diferentes maneiras na consulta. Quando o estresse se torna crónico, o tratamento concentra-se no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento, como a meditação ou técnicas de respiração.
 
Quando se trata de ansiedade, pode ser necessário um tratamento combinado com psicotrópicos. De acordo com a Revista Electrónica e Neurología, «os esforços terapêuticos têm como objetivo superar crenças desadaptativas e desativar comportamentos de evitação».
 
Se manifestar algum destes sintomas, não hesite em pedir ajuda, pois a sua saúde mental é crucial para uma melhor qualidade de vida e bem-estar.