Saúde

CHUA vence prémio nacional com projeto ligado à medicina física e de reabilitação

 
O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) recebeu esta terça-feira, numa cerimónia em Lisboa, a distinção máxima pelo seu projeto que alia tecnologia e sustentabilidade, permitindo aumentar as valências e capacidade de confeção do Núcleo de Produtos de Apoio, através da produção de próteses e ortóteses, feitas por medida, com recurso a scanner e impressão 3D.

Segundo refere o CHUA em comunicado, a nova valência, "única no panorama hospitalar do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", permite agilizar avaliações individualizadas no âmbito dos produtos de apoio, passando a dispor de soluções diferenciadas e feitas por medida, minimizando os tempos de internamento e do processo de reabilitação, e aumentando a autonomia e funcionalidade dos utentes. 
 
Por outro lado, é explicado que "a impressão em 3D de componentes de substituição e consequente processo de reutilização, recuperação e reciclagem de termoplástico, permite aumentar o tempo de vida útil dos produtos, reduzindo o seu impacto no sistema. Este recurso à economia circular possibilita ainda, a médio prazo, uma diminuição de custos e uma maior rentabilidade, com expetativa de crescimento nos próximos anos", destaca o Centro Hospitalar.
 
No decorrer deste ano, o CHUA atendeu uma média de 10.000 utentes em ambulatório, na área de medicina física e de reabilitação, nas unidades de Faro, Portimão, Lagos e Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, tendo sido prescritos cerca de 1300 produtos de apoio, por forma a melhorar a autonomia dos pacientes. 
 
O recém criado Núcleo de Produtos de Apoio, integrado no Departamento de Ensino, Inovação e Investigação CHUA (DEII) e em parceria com a Escola Superior de Saúde da UAlg, inaugurado formalmente no início deste mês pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, surge, assim, com o objetivo de contribuir para uma estratégia de gestão assente em pressupostos de sustentabilidade e eficiência ao serviço dos doentes em reabilitação.
 
O projeto vencedor do CHUA, idealizado e dirigido por Clarisse Mendes, terapeuta ocupacional e doutoranda, irá, assim, ter acesso a serviços de consultoria especializados que vão permitir cimentar a cultura de gestão da saúde com base no valor, quer através da implementação de estratégias de melhoria de processos, com melhores resultados clínicos e satisfação dos doentes, quer através de uma melhor afetação de recursos financeiros, envolvendo a comunidade com a reutilização e certificação de qualidade dos produtos em curso.
 
As Bolsas “Mais Valor em Saúde - Vidas que Valem” pretendem apoiar projetos que visem implementar inovações, mudanças ou melhorias nos hospitais do SNS, distinguindo anualmente quatro projetos de caráter interdisciplinar.
 
O Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem é uma parceria da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), das empresas Exigo, Gilead Sciences e IASIST, na área da consultoria, e da Altice, enquanto parceiro tecnológico. Conta ainda com o apoio institucional da Ordem dos Enfermeiros, da Ordem dos Farmacêuticos e da Ordem dos Médicos.
 
A avaliação das candidaturas esteve a cargo de um júri presidido por Maria de Belém Roseira e contou com Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, Rui Pinto, da Direção Nacional da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Pedro Pita Barros, economista da saúde, Xavier Barreto, presidente da APAH, e Vera Arreigoso, jornalista especialista em temas da saúde.