CHUA regressa aos resultados em saúde positivos com recuperação da atividade assistencial e investimentos em curso na ordem dos 20 milhões em 2023.
2022 representou um ano de retoma no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), quer no plano assistencial quer no do reequipamento e renovação tecnológica, com vários investimentos previstos para este ano, fruto de candidaturas a fundos da União Europeia que ascendem a mais de 20 milhões de euros, aos quais acrescem 7 milhões em conclusão.
De acordo com comunicado do CHUA, os últimos dados preliminares, apresentados esta segunda-feira no decorrer da iniciativa Saúde Aberta, promovida pelo ministro da Saúde, mostram que o Centro Hospitalar registou uma recuperação na sua performance assistencial, com destaque para a área de Cirurgia, com um aumento de 12% face a 2021, ano cuja atividade foi fortemente afetada pela pandemia da Covid-19.
Segundo Ana Varges Gomes, presidente do Conselho de Administração do CHUA, foram realizadas ao longo do último ano mais 1893 cirurgias do que em período homólogo, num total de 17 mil 625 intervenções. Também o atendimento nas urgências das diversas unidades registou uma subida acentuada de cerca de 25%, com mais 74 mil 552 situações de urgência, em comparação com 2021.
Em média, foram atendidas nas urgências do CHUA mais de mil pessoas por dia, ou seja, mais 200 atendimentos diários do que em igual período de 2021, tendo a Urgência Pediátrica revelado o aumento mais expressivo, com uma subida de 35%.
Já na área de Consultas Externas, realizaram-se perto de 320 mil consultas médicas (mais 7222 do que em 2021), destacando-se também o desempenho do Hospital de Dia, com um aumento de 8% nas sessões realizadas ao longo do ano e dos Meios Complementares de Diagnóstico, com perto de 5 milhões de exames realizados.
Em suma, todas as unidades hospitalares públicas algarvias (Faro, Portimão, Lagos, São Brás de Alportel e Serviços de Urgência Básica) registaram um aumento do número de cirurgias, consultas, ugências, sessões de Hospital de Dia e meios complementares de diagnóstico.
Segundo a presidente do Conselho de Administração do CHUA, "este conjunto de indicadores assistenciais preliminares, dá a mostrar um ano muito produtivo na nossa instituição. 2022 foi um ano em que atingimos muitos dos nossos objetivos", sublinhando que "estes resultados são fruto do empenho e da dedicação das equipas do CHUA na retoma da atividade e na resposta às necessidades de saúde de todos os algarvios, bem como dos milhares de cidadãos de mais de 150 nacionalidades que aqui foram atendidos".
A par destes resultados, o CHUA destaca os investimentos realizados nas suas infraestruturas, como foi o caso do novo Hospital das Terras do Infante, em Lagos, e das “Consultas Descentralizadas – CHUA + Proximidade”, iniciativa piloto, iniciada em Aljezur, para aproximar os utentes de concelhos mais periféricos dos cuidados de saúde primários, evitando a sua deslocação às unidades hospitalares.
Em termos de tecnologia, o CHUA inicia 2023 com a conclusão do seu plano de modernização, passando agora a dispor de um angiógrafo de vanguarda, para resposta autónoma a acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e realização de tomografias computorizadas cardíacas (TACs ao coração), para além de um novo neuronavegador e do primeiro arco cirúrgico híbrido.
Estes novos equipamentos vão, futuramente, possibilitar a realização de cirurgias vasculares e neurorradiologia de intervenção, ofertas no SNS até agora inexistentes na região, bem como possibilitar a investigação, diagnóstico e redução de tratamentos e intervenções cardio-cirúrgicas invasivas (cateterismos), permitindo aos doentes cardíacos serem tratados com tecnologia de topo, na região. Recorde-se que anualmente cerca de 150 pacientes são enviados para Lisboa para intervenções desta índole.
Em 2023, Ana Varges Gomes, afirma que o grande desígnio do CHUA vai ser “a humanização dos cuidados”, sem esquecer a criação de cada vez mais respostas de saúde às necessidades dos doentes, quer do ponto de vista de acesso e proximidade, quer da inovação. "Uma destas respostas públicas vai materializar-se já, em breve, na área de medicina nuclear e com o tão aguardado lançamento do Centro Oncológico de Referência do Sul (CORS) para radioterapia e radiocirurgia, a todos os doentes", conclui.