Saúde

Centro Oncológico de Referência do Sul deverá estar pronto no final de 2024

Foto - Algarve Primeiro
Foto - Algarve Primeiro  
 
Foi assinado esta quinta-feira, o protocolo entre a Associação de Municípios Loulé/Faro e o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, (CHUA) para a cedência de um espaço no Parque da Cidades com vista à construção do Centro Oncológico de Referência do Sul (CORS), que ficará sob gestão do CHUA.

Segundo avançou a presidente do Conselho de Administração do CHUA, Ana Vargues Gomes, a expetativa é que o centro oncológico esteja concluído até ao final de 2024, num investimento a rondar os 14 milhões de euros, em que 40% da verba é proveniente do CHUA, e a restante de fundos comunitários geridos pela CCDR Algarve, através do novo quadro comunitário de apoio. 
 
A responsável frisou que o novo equipamento ficará nas imediações do futuro hospital central, "para podermos fazer a ligação entre os dois edifícios". Falou ainda que este primeiro passo, "é um dia histórico e daremos certamente os próximos para que o projeto avance a bom ritmo", seguindo-se o lançamento do concurso público internacional para a construção da infraestrutura.
 
Ana Vargues disse que o projeto dará resposta a cerca de 2 a 3 mil doentes/ano, do Algarve, Baixo Alentejo e eventualmente da fronteira com a vizinha Espanha. "Com este projeto virão mais médicos, mais investigadores e vai ser muito importante para a qualidade dos cuidados de saúde", enfatizou.
 
José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, explicou que no seguimento da pandemia a Comissão Europeia, fez sair um plano europeu de luta contra o cancro em fevereiro de 2021, que indicava que havia disparidades regionais que era preciso corrigir, "e nesse seguimento nós e os municípios, acertámos que este projeto seria uma boa escolha para corrigir desigualdades em termos de acesso à prevenção e luta contra esta doença na região", explicou 
 
 
Para o autarca de Faro, o centro oncológico é algo que o Algarve precisava há muito tempo. "Recordo que a Associação Oncológica do Algarve, (AOA) fará 30 anos em 2024, e veio de alguma forma tapar uma lacuna que existia na região, mas estamos a falar aqui de uma coisa diferente que vai muito além daquilo que aquilo que a associação faz, sem tirar mérito nenhum relativamente ao seu trabalho, mas antes da sua existência todos os doentes tinham de ir para Lisboa". Rogério Bacalhau realçou que o novo centro oncológico irá proporcionar melhores condições de tratamento, de acolhimento, de acompanhamento e de investigação nesta área, registando que a situação de doentes que têm de ir a Espanha para realizarem tratamentos, será ultrapassada com a nova resposta no Parque das Cidades. 
 
Também presente na cerimónia esteve o autarca de Loulé, Vítor Aleixo, que se mostrou entusiasmado com o arranque do projeto, salientando que o CHUA tem todas as condições para avançar com a obra e concretizá-la: "há dinheiro e vontade política, porque não depende de ninguém só depende de nós, essa é a grande vantagem, enquanto que o hospital central depende muito da Administração Central, este centro oncológico depende apenas das entidades regionais e nós não temos aqui escapatória, dada a carência da região de serviços nesta vertente da atividade médica, é fazer e não podemos adiar mais este tipo de investimento na nossa região", vincou. 
 
O futuro equipamento, implantado numa área com cerca de 5.500 m2, dará apoio a muitos algarvios que padecem de doença oncológica e que necessitam de uma abordagem multidisciplinar, tanto em termos de diagnóstico como de tratamento.
 
Como tal, pretende-se reunir num único espaço físico várias especialidades como a oncologia médica, cirurgia, radioncologia, nutrição, dor crónica, medicina física e de reabilitação, cuidados paliativos e apoio social, de forma a que o doente não precise de sair da região e que, numa única deslocação, possa realizar o seu tratamento de forma integrada e com o acompanhamento dos vários profissionais.
 
Esta unidade de saúde permitirá realizar tratamentos através de técnicas de radioterapia e radiocirurgia, assim como fazer o diagnóstico e o estadiamento para confirmação da doença ou para a tomada de decisão terapêutica multidisciplinar.
 
Recorde-se que no Parque das Cidades já está instalado há alguns anos, o Laboratório Regional de Saúde Pública do Algarve Drª Laura Ayres.