A assinatura deste plano foi formalizada no sábado por ocasião do 135.º aniversário da corporação.
No âmbito desta cooperação, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António continuará a prestar socorro no concelho vizinho de Castro Marim e este “abdica” de ter um corpo próprio de bombeiros, explicou à agência Lusa a vice-presidente da autarquia castro-marinense, Filomena Sintra.
Segundo a autarca, há três anos foi feito um “estudo de sustentabilidade da própria corporação” entre os bombeiros, a Proteção Civil regional do Algarve, o Comando Distrital de Faro da Proteção Civil e as duas Câmaras algarvias e foi assumido que Castro Marim “abdicaria de ter um corpo próprio” para, “de uma vez por todas, reforçar um corpo único de Bombeiros” de Vila Real Santo António e Castro Marim.
“O que é que se fez? Foi dar um chapéu a toda a estrutura de colaboração que as Câmaras assumiram ter com aquela associação humanitária” de bombeiros, afirmou Filomena Sintra.
Este “chapéu” foi formalizado com a assinatura do Plano Estratégico de Cooperação entre o município de Castro Marim e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António e Castro Marim, num investimento de mais de 400 mil euros, quantificou hoje a autarquia num comunicado.
Filomena Sintra frisou que, “em vez de ter uma soma de retalhos”, optou-se por “dar um corpo único” ao acordo com os bombeiros e cada Câmara fazer um “protocolo único que abarca, abraça, todas as obrigações das partes e competências das partes”.
E, “como contrapartida”, Castro Marim exigiu que o seu nome passasse a estar incluído na designação oficial da Associação Humanitária dos Bombeiros de Vila Real de Santo António, esclareceu.
Filomena Sintra observou que essa alteração pode ser “politicamente criticável”, porque Castro Marim “abandona o sonho”, que é “legítimo”, de ter um corpo bombeiros próprio, mas considerou que esse sonho é “populista” e é preferível “reforçar uma estrutura que já tem história, já tem equipamento, já tem investimento”, aproveitando sinergias para prestar um melhor socorro à população.
O anúncio da assinatura do Plano Estratégico de Cooperação entre o município de Castro Marim e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António e Castro Marim surge depois de, em 14 de janeiro, o município vila-realense também ter anunciado a atribuição de uma verba de 472.000 euros aos bombeiros locais, através de um protocolo para assegurar a cooperação operacional, logística e financeira, no âmbito da atividade de Proteção Civil, em 2025.
Na cerimónia de aniversário dos bombeiros foi também inaugurado o Centro Intermunicipal de Proteção Civil, localizado no quartel dos bombeiros, em Vila Real de Santo António, que “vai servir os dois concelhos” com uma linha telefónica para comunicar ocorrências “não urgentes”, disse ainda Filomena Sintra.
“Um animal está ferido na estrada, um gato abandonado, uma rutura em determinado sítio, uma saída de esgoto. Atualmente as pessoas não têm (…), mas agora vão ter uma linha única, com uma central de ocorrências, baseada num sistema de informação geográfica, em que aquela central tem um atendimento de 24 sobre 24 horas e está interligado com os serviços de cada câmara”, exemplificou.
Lusa