O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) vai dispor, a partir de setembro, de um serviço de Medicina Nuclear, aumentando as capacidades de diagnóstico de várias patologias e evitando a deslocação de doentes para fora da região.
O novo serviço, que deverá entrar em funcionamento no mês de setembro, representa um investimento global de 1,5 milhões de euros, financiado em 60% por fundos comunitários, anunciou hoje a administração do CHUA.
A unidade de Medicina Nuclear foi hoje apresentada no Hospital de Portimão,unidade de saúde onde vai ficar instalada, alargando e diferenciando a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região sul.
De acordo com a presidente do conselho de administração do CHUA, Ana Varges Gomes, o serviço “é uma mais-valia, não só para o Algarve, como para toda a região a sul do país”, porque é um equipamento que não existe abaixo de Lisboa.
“Os nossos doentes eram prejudicados porque tinham que se deslocar muitos quilómetros para poderem fazer este tipo de exames e de terapêutica, mas, com este equipamento, aumentamos a qualidade na assistência ao Algarve e Alentejo”, notou.
Ao mesmo tempo que aumenta a capacidade de diagnóstico e de terapêutica, o equipamento permite “outra coisa que é ter uma inovação, atraindo profissionais de saúde para a região”, apontou a responsável.
“Como é óbvio, a inovação atrai sempre gente e poder fazer projetos de investigação também atrai pessoas e pensamos que, com isso, também vamos ajudar a fixar profissionais no Algarve”, sublinhou.
Para Ana Varges Gomes, o anúncio da concretização do serviço de Medicina Nuclear “é um sentimento de esperança porque vai trazer à população uma possibilidade que neste momento não tem, que é o de fazer exames e tratamentos sem ter de se deslocar centenas de quilómetros para fora do Algarve”.
“É mais um passo para aquilo que tem sido o nosso desígnio, o de termos um CHUA cada vez mais com equipamentos de ponta”, concluiu.
Para o diretor do novo serviço do CHUA, o médico Elísio de Sousa, a ausência de Medicina Nuclear no sul do país, “é uma enorme falha do SNS”.
“Falamos de uma especialidade médica, que usa tecnologia de ponta através de pequenas fontes de radiação ou de radiofármacos, vocacionada para a realização de exames complementares e de diagnóstico e de terapêutica muito significativos para a qualidade da assistência aos doentes”, apontou.
Elísio de Sousa especificou algumas das vantagens da Medicina Nuclear que, ao estudar a bioquímica das patologias das doenças, “significa que, antes de haver uma alteração estrutural, há uma alteração bioquímica".
“Antes de uma doença afetar qualquer área que seja visível, aparente microscopicamente, começa a haver alterações bioquímicas e é aí que começa a ser feito o diagnóstico com uma antecedência muito significativa”, destacou.
Segundo o clínico, a Medicina Nuclear é uma especialidade que cobre todas as áreas médicas, “daí a sua importância para todas as especialidades médicas e cirúrgicas”.
O novo serviço de Medicina Nuclear do CHUA vai dispor de equipamentos híbridos com tecnologias de ponta e de última geração, entre os quais uma Câmara-Gama, um dos três equipamentos existentes em Portugal.
Lusa