Política

CDS-PP critica "impaciência" dos deputados do PS sobre obras na barragem da Bravura

Foto - CDS-PP
Foto - CDS-PP  
O CDS-PP Algarve critica os deputados eleitos pelo Algarve do Partido Socialista, quando recentemente chamaram a atenção do Governo de Luís Montenegro, para o arranque das obras que já deviam ter começado na barragem da Bravura, em Lagos.

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Os socialistas referiram-se aos 15 milhões de euros de investimento que foram assegurados e contratualizados ainda pelo Governo do Partido Socialista no PRR, referindo que foi "desperdiçado" um ano para lançar a obra que tem financiamento assegurado e que só esta semana é que serão conhecidas as empresas concorrentes.

Sobre esta questão levantada pelos deputados do PS, o CDS-PP questiona: "onde estiveram durante os oito anos de governação socialista (2015-2023) quando os problemas hídricos do Algarve se agravavam?". 

Em comunicado, os centristas também criticam a "impaciência" do PS, "quando deveriam ser os primeiros a reconhecer que o seu próprio partido falhou na implementação de soluções estruturais para a crise da água na região" e consideram que "não é admissível que agora tentem imputar responsabilidades ao atual governo da Aliança Democrática (AD)".

O partido destaca os benefícios para o Algarve, em particular do programa "Água que Une", saudando o Governo "pela iniciativa e pela ambição que demonstra para a concretização do programa anunciado", que prevê um investimento de 5 mil milhões de euros até 2040 para garantir a gestão sustentável dos recursos hídricos em todo o território nacional. Destacando que, de todas as regiões, "o Algarve é a mais beneficiada por este plano, com o avanço das barragens da Foupana e do Alportel, a ligação do Alqueva a Santa Clara, assegurando o futuro abastecimento da Bravura e, consequentemente, de todo o Barlavento algarvio, a modernização dos blocos de rega com um investimento de 57 milhões de euros e a redução das perdas dos sistemas municipais com um investimento de 100 milhões de euros".

Lembra que o Algarve enfrenta há décadas uma gestão hídrica deficitária, "agravada pelas alterações climáticas, pelo crescimento turístico e por uma agricultura cada vez mais dependente de sistemas de rega intensiva", salientando que durante o período em que o PS governou, "a seca tornou-se uma ameaça permanente, os aquíferos foram sobreexplorados e as barragens não receberam as necessárias intervenções de modernização".

O partido entende que o Governo socialista "limitou-se a medidas paliativas e adiou investimentos fundamentais, como a anunciada ligação ao Alqueva e a construção da dessalinizadora".

A acusação do presidente do PS Algarve - Luís Graça, sobre o "desperdício de um ano" pelo Governo da AD é, para o CDS-PP, "no mínimo, um exercício de cinismo político. Se o PS tivesse agido com a mesma urgência que agora exige, as obras de requalificação da barragem da Bravura já estariam concluídas ou em fase avançada. No entanto, só perto do final do seu mandato é que se comprometeram com investimentos no âmbito do PRR, um plano de recuperação que deveria ter sido executado com maior eficácia e celeridade".

O CDS-PP considera "inaceitável que a barragem do Alqueva esteja a transbordar e o Algarve em situação de seca! Felizmente, tem chovido bastante no Algarve e, hoje, essa incongruência não se verifica", descrevendo que o programa 'Água que Une' apresentado pelo Governo, "também visa resolver situações como esta que o PS simplesmente ignorou", lê-se no comunicado.

O partido defende que o Algarve precisa de soluções hídricas de longo prazo, que incluam a interligação de sistemas, a eficiência na distribuição, o reforço do armazenamento e a promoção de um modelo de consumo mais sustentável, em que "a classe política, independentemente da sua cor partidária, deve assumir a sua quota de responsabilidade em décadas de inação", regista.