Política

CDS conclui que proposta do Orçamento do Estado para 2023 "abandona o Algarve"

Foto|D.R
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A Comissão Política Distrital de Faro do CDS-PP, diz que em pouco mais de dez meses após as últimas eleições legislativas "e das repetidas promessas com que o Partido Socialista aliciou o voto dos algarvios", a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, ignora as especificidades e os problemas da região.

Em comunicado, os centristas refletem que a única conclusão que tiram é que "o PS, o seu Governo e, de uma forma especial, os deputados socialistas eleitos pelo círculo de Faro, meteram literalmente na gaveta o seu extenso rol de promessas eleitorais". 
 
O CDS critica que a proposta ignora promessas como a construção do Hospital Central do Algarve, ou a conclusão das obras de requalificação da EN 125, "que contam com 0 euros de investimento previsto para 2023"; não responde aos problemas da mobilidade no Algarve, ignorando a revisão dos descontos na A22 (apenas prevista para os territórios de baixa densidade do interior), não prevê medidas específicas para modernizar a ferrovia na região; não contempla quaisquer medidas de incentivo para a fixação de médicos, sendo omissa quanto ao reforço da rede de cuidados primários de saúde no Algarve, não inverte a política de cativação de verbas e de desinvestimento nos serviços públicos e não avança medidas concretas para um dos maiores problemas que os algarvios enfrentam – "em particular, os jovens" – que é o acesso à habitação, seja através da compra, seja através do arrendamento.
 
O CDS fala também da promessa eleitoral do PS para a região nas últimas eleições – o Hospital Central, "que tornou-se já numa espécie de obra de Santa Engrácia no distrito de Faro". Sobre esta questão, o partido explica que a omissão de verbas "é reveladora da falta de coerência política e de palavra dos socialistas". Conforme descreve: "poucos dias depois da apresentação da proposta do orçamento, foi publicada, em 9 de novembro último, a Resolução do Conselho de Ministros n.º 107/2022, que prevê que seja dado seguimento ao processo de estudo e preparação do lançamento de nova parceria público-privada para a construção e o equipamento do novo Hospital Central do Algarve, incluindo a constituição de uma nova equipa de projeto. Olhando para a proposta do orçamento e lendo esta resolução, podemos tirar uma de duas conclusões: ou o que está previsto na resolução é apenas uma proclamação oca e sem consequências, ou então ela não será executada no próximo ano, já que como é evidente para pôr a tal equipa de projeto a trabalhar e para estudar e preparar a nova PPP do Hospital Central são precisas verbas, que pura e simplesmente não constam no Orçamento do Estado para 2023", advertem os centristas.