A 50.ª edição da Volta ao Algarve, que decorre entre 14 e 18 de fevereiro, irá juntar 13 WorldTeams e muitos dos melhores ciclistas do pelotão mundial, entre os quais 23 homens do top 100 mundial.
A lista de inscritos, com 174 corredores, inclui vencedores de grandes voltas, campeões olímpicos, mundiais e europeus, grandes especialistas internacionais em provas por etapas, sprinters, trepadores e contrarrelogistas de topo.
Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) acumula várias caraterísticas atrás referidas. O vencedor da Volta ao Algarve em 2020 e em 2022 chega à corrida portuguesa do circuito UCI ProSeries como número quatro do ranking mundial e com um currículo que coleciona sucessos. Ganhou a Vuelta em 2022, é o atual campeão do mundo de contrarrelógio, foi campeão mundial de fundo em 2022, conquistou as duas últimas edições do monumento Liège-Bastogne-Liège e foi campeão europeu de contrarrelógio em 2018.
O pelotão da 50.ª Volta ao Algarve vai conter com mais três ciclistas que já venceram grandes voltas e que são candidatos a conquistar a prova portuguesa. Geraint Thomas (INEOS Grenadiers) pode chegar ao terceiro triunfo no Algarve, depois de ter vencido em 2015 e 2016, antes de construir um currículo de referência em grandes voltas: foi vencedor do Tour 2018, prova em que foi segundo em 2019 e terceiro em 2022, e foi segundo no Giro de 2023. Sepp Kuss (Team Visma | Lease a Bike) venceu a Vuelta em 2023 e Tao Geoghegan Hart (Lidl-Trek) conquistou o Giro em 2020.
Mas a concorrência àqueles voltistas será forte. Desde logo o colombiano Daniel Felipe Martínez, vencedor da Volta ao Algarve em 2023, pela INEOS Grenadiers, e que, em 2024, irá defender o título ao serviço da BORA-hansgrohe. Há ainda outros especialistas em provas por etapas, como é o caso de João Almeida (UAE Team Emirates), Mikel Landa (Soudal Quick-Step), Ben Healy e Rui Costa (EF Education-EasyPost), Thymen Arensaman (INEOS Grenadiers) ou Andreas Leknessund (Uno-X Mobility).
O contrarrelógio tem sempre um forte peso na definição da classificação final da Volta ao Algarve e os 22 quilómetros a disputar em Albufeira não serão exceção. Até porque estarão na linha de partida alguns dos melhores especialistas do pelotão internacional. Além do já referido Remco Evenepoel, campeão mundial da disciplina, destaca-se outro belga, Wout van Aert, que, além da potência no exercício individual contra o tempo, consegue sprintar com os mais velozes e passa com competência a média montanha, o que fará dele um sério candidato à camisola amarela na Volta ao Algarve.
Também merecem atenção os suíços Stefan Bissegger (EF Education-EasyPost), campeão europeu em 2022, e Stefan Küng (Groupama-FDJ), campeão da Europa em 2021 e vencedor do contrarrelógio da Volta ao Algarve em 2019 e 2023. O italiano Filippo Ganna (INEOS Grenadiers), campeão mundial em 2020 e 2021 e segundo na geral da Volta ao Algarve no ano passado, também está inscrito e promete intrometer-se na discussão do contrarrelógio e da camisola amarela.
Nas etapas com chegada ao sprint também se esperam emoções fortes. Entre os sprinters presentes estão o segundo corredor em atividade com mais vitórias na carreira, Arnaud Démare (Arkéa-B&B Hotels), Alberto Dainese (Tudor Pro Cycling), vencedor de etapas no Giro e na Vuelta em 2023, Jordi Meeus (BORA-hansgrohe), primeiro na chegada aos Campos Elíseos no Tour de 2023, Gerben Thijssen (Intermarché-Wanty), Marc Sarreau (Groupama-FDJ), Casper van Uden (Team dsm-firmenich PostNL), Søren Wærenskjold (Uno-X Mobility), Marijn van den Berg (EF Education-EasyPost) ou Edward Theuns (Lidl-Trek).
A lista de portugueses presentes é também robusta. Além dos já referidos João Almeida e Rui Costa, estão também convocados António Morgado (UAE Team Emirates), que terá como principal missão trabalhar para a equipa, mas é candidato ao título de melhor jovem, Iúri Leitão (Caja Rural-Seguros RGA) e Rui Oliveira (UAE Team Emirates), que estão em condições de intrometer-se na discussão das chegadas ao sprint.
O pelotão profissional português, reforçado em 2024 com corredores vindos diretamente de WorldTeams e ProTeams, também estará presente, motivado e em força, procurando dar nas vistas e lutar por objetivos desportivos perante os melhores coletivos do pelotão internacional.
O evento foi apresentado esta manhã, na sede da Região de Turismo do Algarve: André Gomes, presidente da RTA, referiu que o Cycling & Walking e os grandes eventos desportivos geram novos motivos de interesse para visitar o Algarve. «O crescimento que temos verificado implica também um compromisso com a sustentabilidade. Por isso, saudamos a associação da Volta ao Algarve à campanha Água é Vida, através da Camisola Azul. A Volta ao Algarve projeta internacionalmente a região, mostrando o Algarve ao mundo como destino turístico».
Para Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, a Volta ao Algarve foi construída pelos algarvios, pelos responsáveis da Associação de Ciclismo do Algarve. «Começou por ser uma corrida nacional e foi pela mão da direção do Rogério Teixeira que se deu a internacionalização. O sucesso advém da conjugação da promoção territorial e turística com a emoção da competição desportiva. Quando a Volta ao Algarve está a acabar, já tenho saudades da edição seguinte, porque é uma corrida organizada com paixão», confidenciou.
João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e Desporto, que também esteve presente, disse que o Algarve tem sabido aproveitar as competições desportivas internacionais para promover o seu território, dentro e fora de portas. «A Volta ao Algarve é uma das maiores provas desportivas que vão realizar-se em Portugal em 2024. Olhando apenas ao ciclismo, a qualidade do pelotão desta 50.ª edição diz bem do reconhecimento que a Volta ao Algarve tem junto das equipas e ciclistas internacionais», notou.
Percurso
Portimão acolhe a partida da competição, sendo local de apresentação das equipas e de arranque dos 200,8 quilómetros que levarão a caravana até Lagos, onde se espera uma discussão ao sprint. A segunda etapa parte de Lagoa e chega, depois de percorridos 171,9 quilómetros, ao alto da Fóia. A fase final da tirada, com passagem pela íngreme subida da Pomba e com uma meta volante bonificado já depois de Monchique e em plena subida para a meta, promete agitação.
Os velocistas deverão ter nova oportunidade na terceira etapa, 192,2 quilómetros a percorrer entre Vila Real de Santo António e Tavira.
A grande novidade da 50.ª edição surge ao quarto dia. Trata-se de um inédito contrarrelógio de 22 quilómetros, com partida da Marina de Albufeira e chegada junto aos Paços do Concelho da mesma cidade. A corrida termina com a aguardada etapa com final no alto do Malhão. Desta vez terá 165,8 quilómetros, com partida em Faro.
Percurso
14/02/2024 - 1.ª Etapa: Portimão - Lagos, 200,8 km
15/02/2024 - 2.ª Etapa: Lagoa - Alto da Fóia, 171,9 km
16/02/2024 - 3.ª Etapa: Vila Real de Santo António - Tavira, 192,3 km
17/02/2024 - 4.ª Etapa: Albufeira - Albufeira, 22 km (CRI)
18/02/2024 - 5.ª Etapa: Faro - Alto do Malhão, 165,8 km
Ciclismo para todos
Além dos milhares de adeptos, que se deslocam de vários pontos de Portugal e de todo o mundo para assistir às etapas, o programa da Volta ao Algarve integra também dois eventos de ciclismo para todos, permitindo aos ciclistas amadores e entusiastas da bicicleta participar na festa do ciclismo no Algarve.
No dia 17, Albufeira irá receber o Algarve Granfondo, dando aos participantes a oportunidade de optar entre dois desafios, os 133 quilómetros do granfondo e os 80 quilómetros do mediofondo. Além da atividade física e do convívio poderão ainda assistir às pedaladas das estrelas internacionais, que no mesmo dia estarão em Albufeira para o contrarrelógio.
No dia 18 será a vez do inédito Algarve Crono Challenge, com partida de Salir em velocidade controlada e subida cronometrada ao Alto do Malhão, concelho de Loulé.
São esperados mais de mil participantes no conjunto dos dois eventos de ciclismo para todos.
Algarve Primeiro/FPC