A eurodeputada ficou a conhecer a estratégia da administração liderada por Tiago Botelho, para melhorar a organização e o funcionamento da unidade local de saúde, nomeadamente no que diz respeito ao acesso dos algarvios aos cuidados de saúde. No entanto, nota do partido, refere que a ULS Algarve lida com um subfinanciamento "crónico a vários níveis, e sobretudo com uma enorme dificuldade em contratar recursos humanos, numa região com cada vez mais equipamentos de saúde privados, os quais absorvem médicos que fazem falta no Serviço Nacional de Saúde".
Catarina Martins salienta que esta dificuldade é consequência de políticas liberais que fomentam o aparecimento de novos equipamentos de saúde privada e de políticas salariais que precarizam a prática da medicina no serviço público de saúde. A eurodeputada sublinha que o setor público não consegue competir nem em condições de trabalho nem em salários, "os quais precisam urgentemente de ser aumentados sob pena de se fecharem mais portas e de se colocar em risco a atratividade da profissão para milhares de jovens portugueses".
Na reunião, o Bloco adianta que foi também discutida a questão do Centro Oncológico do Algarve, "o qual parece estar definitivamente encerrado, visto que se perspetiva a sua inclusão no espaço do futuro Centro Hospitalar do Algarve no Parque das Cidades em Loulé, apesar da administração ter a expectativa da compra do equipamento de radioterapia para breve".
Na nota enviada à imprensa, o partido lamenta que depois das expectativas criadas no sentido de se resolver "o problema grave ao se submeter doentes oncológicos a viagens longas, se chegue a 2025 e o Algarve volte à estaca zero, com claras responsabilidades políticas por parte do executivo camarário de Vitor Aleixo (PS) cuja decisão a este respeito ninguém compreende".
O Bloco de Esquerda assegura que irá continuar a lutar a nível nacional por um serviço de saúde de excelência, e defende que é fundamental que o contexto "muito particular" do Algarve, nomeadamente com a questão da sazonalidade e da consequente oscilação da procura, deve ser definitivamente compreendido pelo governo. Sublinha ainda que, sem investimento público e com a "contínua subserviência das políticas públicas aos interesses privados, essa excelência está cada vez mais posta em causa, e que sem um Serviço Nacional de Saúde forte é a própria democracia que está em causa", conclui.