A sede do Bloco de Esquerda, em Faro, acolheu no sábado, um debate sobre a situação política e humanitária na Palestina, com a presença de Alan Stoleroff, do ISCTE-IUL, e de Diogo Costa, do Comité de Solidariedade com a Palestina.
Entre a angústia e a esperança, partilhadas pelos dois oradores, a conversa incidiu sobre "as falsas promessas de soberania e independência nos territórios da Cisjordânia e de Gaza, a cumplicidade dos governos ocidentais ou o falhanço da implementação do direito internacional", lê-se na nota do partido.
Se o cessar fogo e o fim dos massacres são os apelos mais imediatos, foi consensual que os ciclos de violência só irão terminar com a construção de uma paz justa, estando esta dependente de uma resolução política. Neste campo, foi focado que o papel da comunidade internacional é fundamental, tanto ao nível das lideranças políticas quanto da sociedade civil. Neste sentido, foi feito um apelo à cidadania ativa e à responsabilização individual.
No debate foi criticada "a inação e a hipocrisia da maioria dos governos ocidentais perante os crimes de guerra contra toda uma população civil", falando-se de "um decisivo golpe nas já desacreditadas democracias ocidentais e nas instituições internacionais, forjadas no rescaldo dos horrores da segunda guerra mundial".
Como conclusão, ficou o aviso de que, se os organismos e tratados internacionais falharem, podem estar a comprometer seriamente futuros mais favoráveis. "É preciso reafirmar o nosso compromisso para com a liberdade dos povos, a justiça e os direitos humanos. E pôr fim ao esmagamento do povo palestiniano, com a retirada imediata dos territórios ilegalmente ocupados", foi ainda defendido.
