Ambiente

Barragens do Algarve têm água para mais 6 meses

 
Numa região que tem apenas água para mais 6 meses (as barragens terão nesta altura pouco mais de 40 hm3 de volume útil e anualmente os consumos urbanos no Algarve rondam os 80 hm3), o presidente da AMAL avisa, "Pensem bem no desaire económico que é se no próximo agosto tivermos de racionar água e não estamos longe disso", garante.

Segundo a TSF, o alerta foi deixado, tanto pelo presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), como do presidente da Comissão de Coordenação da Região Algarvia (CCDRA) esta manhã, num seminário sobre água e sustentabilidade na Universidade do Algarve.
 
António Pina adverte que "É preciso estudar a possibilidade de usar a água que cai no Norte, para que possa ser utilizada no Sul". Na opinião do presidente da AMAL, o Algarve "hoje pode abdicar um pouco da sua agricultura", mas não o pode continuar a fazer no futuro.
 
O presidente da CCDR Algarve lembrou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem 200 milhões de euros para fazer face à seca, como a construção de uma dessalinizadora que, no máximo, terá uma capacidade para 24 hectómetros cúbicos e irá levar uma fatia desse montante. No entanto, na melhor das hipóteses, ela só estará concluída em 2026 e resolverá apenas parte da escassez de água na região. 
 
José Apolinário, revelou que "Parece-me evidente que temos de criar consensos para uma segunda dessalinizadora de nível médio na região e encontrar fontes de financiamento", afirmou.
 
Defende que se comece a pensar igualmente em trazer água do Alqueva, projeto que já estava pensado há muitos anos, aquando da revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT), e que nunca avançou. Apolinário lembrou que "é a mesma bacia hidrográfica e, portanto, o tema da articulação entre Alqueva e [a barragem de] Odeleite já estava identificado em 2007", acentuando que " é necessário que exista solidariedade interregional", descreve a TSF.
 
Presente do evento, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, afirmou que o início deste ano hidrológico (que começou em outubro) "é o pior ano de sempre" e que "há 10 anos que chove abaixo da média" na região do Algarve.