Sociedade

Autarca de Albufeira critica uso recorrente do concelho quando se fala de criminalidade

José Carlos Rolo - (Foto - Algarve Primeiro)
José Carlos Rolo - (Foto - Algarve Primeiro)  
O presidente da Câmara de Albufeira, José Carlos Rolo, criticou hoje o uso recorrente do exemplo do seu concelho para se falar de criminalidade no país, baseado em números que “não correspondem à realidade”.

Em comunicado, o autarca considera que “há uma clara manipulação” dos números revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que resultam do somatório dos crimes registados durante o verão, onde a população aumenta, e contabilizados apenas pelos 44 mil residentes.

“A estatística resulta de somatórios e, no caso de Albufeira, que tem uma população de cerca de 44 mil habitantes, regista um aumento exponencial na chamada época alta, atingindo cerca de 500 mil pessoas neste concelho”, sustenta o autarca.

Para José Carlos Rolo “não faz sentido que o total de crimes registados, englobando a população flutuante e seja apreciado por cada 100 habitantes”.

Em declarações à Lusa, José Carlos Rolo lamentou que o concelho de Albufeira “seja referido sistematicamente” quando se fala de criminalidade no país, tal como aconteceu na passada terça-feira durante um debate parlamentar na Assembleia da República.

“Com base nos números do INE, o deputado Pedro Pinto do partido Chega referiu os números estatísticos que, a meu ver, estão completamente errados”, realçou.

De acordo com os dados disponibilizados pelo INE, Albufeira é o concelho com a maior taxa de criminalidade, com 9,47 crimes por 100 habitantes, sendo os crimes mais comuns os de contra o património (42,5%), integridade física (9,8%), condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 gramas por litro de sangue (7,6%).

“No item de crimes contra o património, por exemplo, um número considerável respeita a papeleiras destruídas, o que acontece porque Albufeira tem uma vida noturna internacionalmente conhecida durante a época alta”, justifica o autarca.

José Carlos Rolo defende “uma maior consciência social na emissão da informação” e uma distinção na tipificação dos crimes “com o bom uso da língua portuguesa”.

“A escala de delito menor, delito grave e crime, são expressões que podem ajudar a não criar este desconforto para os albufeirenses, que conhecem a realidade do concelho e que tomam estas afirmações recorrentes como uma falta de rigor e de respeito para com toda a comunidade”, aponta.

Segundo o autarca, a generalização dos dados da criminalidade resulta “numa situação idêntica à ocorrida em 2020 aquando do período da pandemia da covid-19, que apontava Albufeira “com mais infetados do que habitantes, o que não era verdade”.

Lusa