O português Isaac Nader qualificou-se hoje para a final dos 1.500 metros dos Campeonatos da Europa de atletismo Roma2024, assegurando a última vaga da sua série, depois de recuperar de uma queda na volta final.
“Não sei se foi o meu recorde pessoal dos 400 metros, mas deve ter sido quase, certamente. Caí, mas acabou por correr tudo bem. Nos últimos 150 metros já estava muito justo, porque despendi muita energia a cair e levantar. Acho que fiquei em 10.º ou por aí, mas, perto do final percebei: já passei”, descreveu o meio-fundista do Benfica, na zona mista do Estádio Olímpico de Roma.
Isaac Nader cumpriu a segunda série das eliminatórias em 3.38,83 minutos, garantindo o sexto lugar e a última vaga para a final, que vai ser disputada na quarta-feira, às 22:26 locais (21:26 em Lisboa).
A corrida decorreu a um ritmo lento, com Nader a manter-se sempre entre os seis lugares de apuramento, apesar de um pouco ‘fechado’ na pista e com o norueguês Jakog Ingebrigtsen, recordista mundial, na traseira do pelotão.
Na entrada da última volta, uma queda levou o português ao tartan, provocando arranhões, na perna e braço direitos, sem gravidade, e algum atraso. Sem dorsal – ficou caído -, Isaac Nader empreendeu a recuperação, já com Ingebrigtsen a puxar, para ocupar um dos 12 lugares da final.
“Foi de repente, eu vi que iam cair, tentei desviar-me, mas era impossível e acabei por cair. As feridas tratam-se, limpam-se, faz parte. É o desporto”, reconheceu o português, que acabou por ser derrubado pela queda do belga Jochem Vermeulen, o alemão Robert Farken e o sueco Samuel Philmström, que, apesar de terem sido oitavo, 11.º e 15.º, respetivamente, foram repescados para a final.
Nader empreendeu o esforço para garantir a presença, concluindo a prova em 3.38,83 minutos, numa série vencida por Ingebrigtsen, dois dias depois de ter conquistado a sua quinta medalha de ouro europeia, ao sagrar-se campeão dos 5.000 metros.
“Desgastei-me muito mais do que era suposto. O ânimo é igual, eu sei que estou bem. Estou em grande forma, mas não na melhor da minha vida, que vai ter de ser nos Jogos Olímpicos. Felizmente, hoje, consegui passar e seria muito triste para mim e para a minha família ter ficado afastado da final por causa de uma queda”, referiu.
O atleta natural de Faro, de 24 anos, está pela segunda vez em Europeus, com a segunda melhor marca do ano entre os presentes (3.30,84), depois do 24.º posto em Munique2022.
O melhor resultado português em Campeonatos da Europa na distância pertence a Rui Silva, ainda recordista nacional (3.30,07, em 2002), que foi segundo em Budapeste1998.
Lusa