De forma a não repetir os cenários de cheias que devastaram da baixa da cidade de Tavira, principalmente nos anos de 1969 e de 1989 e com a subida no nível das águas do mar no contexto das alterações climáticas, a Associação dos Beneficiários do Plano de Rega do Sotavento do Algarve alerta que a manter-se a situação, estão reunidas as condições para agravar o risco de cheias na baixa da cidade.
A associação lembra num comunicado, que em junho, a Resolução do Conselho de Ministros para os efeitos da seca, abordou esta obra com vários objetivos: armazenar água, criar um caudal ecológico e defender a cidade.
Desse modo, a Agência Portuguesa do Ambiente e a Associação de Regantes do Sotavento Algarvio firmaram um protocolo com apoio do Fundo Ambiental, de forma "a retomar a solução de controlo de cheias, integrando no atual contexto de escassez hídrica, o aproveitamento de água como reforço do sistema Odeleite-Beliche, para rega e abastecimento público".
A associação informa que deliberou esta segunda-feira, o lançamento do concurso para o projeto da obra "que pode proteger a cidade das cheias, assegurando o caudal ecológico desde a Soalheira do Pereiro até S. Domingos (águas de maré), o aproveitamento da água para consumo humano e algum reforço do sistema de rega, sem aumento de áreas, mas para estabilizar reservas em tempos de seca", defende.
A previsão é de que a barragem possa "armazenar cerca de 10hm3 por ano, e em média, num cenário de redução de precipitação, próximo da ETA de Tavira que fornece água tratada a todo o Sotavento e a 4,5 Kms do reservatório central de Santo Estêvão que também abastece a agricultura", explica.
Com o concurso lançado, segue-se o projeto e estudo de impacte ambiental, que a associação estima, esteja concluído no segundo semestre de 2025, para que se passe à fase de projeto de execução.
