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Associação ambientalista apela para mudança urgente na gestão da água em Portugal

Associação ambientalista apela para mudança urgente na gestão da água em Portugal
Associação ambientalista apela para mudança urgente na gestão da água em Portugal  
Foto - Freepik
A associação ambientalista Zero apelou hoje para uma mudança urgente na gestão da água em Portugal, indicando que o desperdício ronda os 35% no setor agrícola e 30% no urbano.

“Reduzir essas perdas é essencial para assegurar tanto a sustentabilidade ambiental quanto a viabilidade económica destes setores”, defendeu a associação ambientalista, em comunicado, na véspera do Dia Nacional da Água.
 
No documento, a Zero exortou o Governo a não ultrapassar o que designou por “linhas vermelhas” na gestão da água e criticou a sobre-exploração dos recursos hídricos, apontando o uso descontrolado na agricultura, onde se consome mais água, assim como no setor do turismo.
 
Entre os principais desafios estão, segundo a Zero, as secas prolongadas cada vez mais frequentes, que têm conduzido a situações de escassez hídrica no sul do país, com “impactos profundos” na agricultura, biodiversidade e abastecimento de água.
 
“Portugal enfrenta uma crise hídrica, amplificada pelas alterações climáticas e pela má gestão dos recursos”, sublinhou a associação, considerando que propostas como a transferência de água entre bacias hidrográficas e a construção de novas barragens podem “desequilibrar os ecossistemas e aumentar a competição” por recursos hídricos escassos.
 
“O plano de uma autoestrada da água para transferir recursos até o Algarve levanta sérias questões quanto à viabilidade ecológica e económica”, exemplificou.
 
Para a Zero, é também crucial garantir que os custos dos serviços de água sejam distribuídos de forma justa entre todos os setores, de acordo com os princípios de sustentabilidade: “Isso inclui a aplicação dos conceitos de "poluidor-pagador" e "utilizador-pagador", conforme estabelece a Diretiva-Quadro da Água.
 
Os ambientalistas defenderam igualmente a reutilização de águas residuais para fins não potáveis como “uma estratégia central” para aumentar a eficiência no uso da água.
 
“A recarga de aquíferos com água reciclada também representa uma oportunidade para otimizar o ciclo hídrico, contribuindo para a sustentabilidade das reservas subterrâneas”, de acordo com a mesma fonte.
 
Lusa