A maior parte das nossas crenças são adquiridas na infância, uma vez que se trata de uma fase em que aprendemos tudo o que observamos e dispomos de poucos recursos para refletir sobre esses conteúdos.
Por norma, carregamos essas crenças acreditando ser conhecimento e uma mais-valia para vencer na vida, mas a experiência acaba por mostrar-nos que, uma boa parte dessas crenças limitam-nos a ação por nos condicionarem os pensamentos.
É quando nos damos conta de que temos medo de errar, de arriscar, de enfrentar pessoas, situações, de inovar e até de aprender algo novo que, em muitos casos, analisamos o impacto das crenças na nossa vida.
Os especialistas listaram um conjunto de crenças limitantes a que devemos estar atentos e tentar avaliar se as mesmas nos impedem de seguir em frente e de crescermos enquanto pessoas:
1. Nunca serei suficientemente bom
Esta é logo a primeira crença que nos impede de evoluir. Todos podemos ser bons em alguma ou várias áreas de vida desde que sejamos resilientes, organizados e que tenhamos um foco no nosso objetivo.
2. O meu passado não me deixa crescer
Esta também é uma crença que nos limita a ação, na medida em que, com consciência do que somos, do que temos e do que podemos construir, todos podemos alargar horizontes e ir mais longe nas nossas potencialidades.
3. Tenho pouca sorte
Este pensamento que persegue muita gente também é um limite à liberdade e à conquista de novos horizontes. Todos temos bons e maus momentos, mais ou menos sorte, temos é de arriscar, ponderar e saber aproveitar as oportunidades.
4. Nasci num meio que não me permite sonhar
Quem é perseguido por esta crença também se sente muito infeliz e com muitas dificuldades em evoluir porque acaba por se resignar ao que, de forma alguma, constitui o “seu destino”. Todos temos sempre oportunidade de mudar, de aprender, de crescer e de seguir aquilo que queremos e que sentimos.
5. Tive uma infância dolorosa, não vou conseguir ser ninguém na vida
Esta também é uma frase que muitas pessoas vincam no seu quotidiano e que as impede de serem felizes. Apesar de termos um início pouco agradável e desejável para uma criança, com um bom apoio psicológico, com escolhas ponderadas, ambição e resiliência, qualquer um de nós pode alterar o rumo da sua vida.
6. Os meus pais nunca acreditaram em mim, logo não sou capaz
Esta é mais uma crença que limita a felicidade de quem a sente no seu dia a dia, mas que deve ser confrontada corajosamente. Muitos pais não souberam estar à altura de uma educação adequada e respeitosa e disseram frases horríveis aos filhos, mas com uma boa ajuda terapêutica, com muita força de vontade e determinação, é possível melhorar esta condição e alterar os pensamentos que condicionam ações mais positivas.
7. Se mostrar o meu desagrado as pessoas deixam de gostar de mim
Esta crença limita a felicidade de muitas pessoas, colocando-as numa posição de inferioridade. Devemos mostrar o nosso desagrado sempre que não estamos bem e que alguém nos magoa, pois ninguém tem o direito de nos faltar ao respeito.
8. Se eu tiver muito dinheiro vou ser feliz
Apesar de o dinheiro ser muito importante para a nossa qualidade de vida, isso não quer dizer que o mesmo seja capaz de pagar tudo, até a felicidade. É mais uma crença limitante herdada na infância e que angustia muitas pessoas que só encaram o dinheiro como a “tábua de salvação”. Somos felizes com o que somos efetivamente e não só com o que temos, alertam os especialistas. Ter muito dinheiro não paga a sensação de bem-estar, o amor que sentimos por alguém, o sorriso de quem nos ama e daí por diante.
9. Só quem é perfeito é que é valorizado
Esta crença é tão falsa que qualquer um de nós assiste diariamente a pessoas bem sucedidas e que são pouco rigorosas e exigentes. É evidente que ser empenhado, organizado e resiliente ajuda muito, tal como ter vontade de aprender mais e de fazer sempre melhor, mas a perfeição não existe.
10. As pessoas más vão sempre ser punidas
Esta é uma forma de alimentar a nossa raiva interior através de uma crença que não nos conduz à felicidade e que gera muita ansiedade. Cabe-nos não permitir que alguém nos trate mal, pelo que não devemos ficar à espera que “esse castigo” apareça de algum lado, pois para além de ser uma perda de tempo e de energia, em nada abona a favor da nossa felicidade. Corrija o comportamento daquele que o agrediu de alguma forma e não fique à espera dessa “justiça” divina, sublinham os entendidos.
11. Os mais velhos sabem sempre o que é melhor para mim
Naturalmente que esta é mais uma crença limitante que não faz sentido. Podemos ouvir a opinião dos outros, podemos retirar uma ou outra ideia que se encaixe no nosso objetivo, mas a responsabilidade das nossas escolhas e decisões é sempre nossa, pois caso contrário, nunca seremos capazes de nos assumirmos tal como somos e ainda menos de evoluirmos como desejamos. Estar preso à opinião de alguém, é desvalorizar completamente as nossas capacidades e real valor, o que não nos acrescenta a autoestima.
Se estas crenças ou outras não o estão a deixar arriscar e criar novas oportunidades, se sente que não está a tomar decisões acertadas e que vão ao encontro da sua identidade, inicie um trabalho pessoal de “desintoxicação” destes pensamentos que o condicionam.
Escreva aquilo que sente, o que gostaria de fazer e como gostaria de arriscar e, quando um pensamento negativo lhe surgir, tente explicar a si mesmo que tudo fará para conseguir ser bem sucedido. Repita frases positivas para si mesmo e tente que as mesmas coincidam com as suas ações. Concentre-se no seu objetivo e esteja sempre disponível para aprender algo novo, pois só assim sentirá que está a conseguir acompanhar as novas exigências. Se não conseguir ultrapassar essas crenças limitantes sozinho, peça ajuda a um psicólogo, mas não perca de vista aquilo que pretende e que merece, concluem os mesmos especialistas.
