Entidades do Algarve e da Andaluzia (Espanha) estão a desenvolver um projeto de cooperação transfronteiriça para tornar as duas regiões como “as primeiras cardio-seguras do mundo”, foi hoje anunciado.
O projeto NumaPlus “visa definir e testar um modelo de cuidados” de saúde que envolve farmácias comunitárias, centros de saúde e serviços de emergência “para melhorar a deteção precoce de fibrilhação auricular e de doenças cardíacas”, indicou o Centro Biomédico do Algarve (ABC) em comunicado.
O NumaPlus, um modelo de cooperação transfronteiriço, integra nove entidades portuguesas e espanholas, sendo liderado pela Consejería de Salud y Consumo (Espanha).
Em Portugal, colaboram a Universidade do Algarve, o Centro Biomédico do Algarve, o Instituto Nacional de Emergência Médica e a Unidade Local de Saúde do Algarve.
A iniciativa propõe-se a “incorporar ferramentas tecnológicas nas farmácias que permitam detetar fibrilhação auricular e melhorar a deteção precoce de doenças cardíacas ocultas, bem como melhorar a monitorização e a educação para a saúde dos doentes de risco”, lê-se na nota.
Além disso, adianta, será criada uma rede de cuidados imediatos para situações de paragem cardiorrespiratória, através do fornecimento de desfibrilhadores automáticos externos e da formação de profissionais.
O projeto inclui também serviços de revisão de medicação para pessoas que vivem em centros de idosos ou que recebem cuidados domiciliários, bem como a dispensa de medicamentos em proximidade.
Segundo o ABC, o projeto vai ser implementado através de uma experiência-piloto que decorrerá até dezembro de 2026 na zona transfronteiriça Algarve/Andaluzia, o que “permitirá avaliar o novo modelo proposto e melhorar a eficiência e a sustentabilidade dos sistemas de saúde”.
Além dos centros de saúde, farmácia e serviços de emergência, vão ser também incluídas neste novo modelo de cuidados um grupo residências para pessoas idosas de Portugal e Espanha, “garantindo a gestão eficaz da medicação de cerca de 6.000 utentes”, refere a nota.
O projeto transfronteiriço é financiado em mais de 2,9 milhões de euros pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Interreg POCTEP.
Lusa