A classificação oficial da Reserva Natural Local da Foz do Almargem e do Trafal, na freguesia de Quarteira, concelho de Loulé, é “muito positiva” para a defesa desta zona húmida algarvia, considera a associação ambientalista Almargem.
Em comunicado, a Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve – Almargem destaca a importância da classificação da zona para as espécies presente na Reserva Natural Local, que foi formalizada na quarta-feira, com a sua publicação em Diário da República.
“A formalização da reserva é um desfecho muito positivo para a defesa de uma zona húmida do Algarve rica em valores naturais. O processo de classificação foi conduzido pela Câmara Municipal de Loulé, e o seu sucesso resulta também do trabalho e da persistência de todos os que nele participaram ao longo destes anos – não só a Almargem, como outras associações, entidades académicas e muitos cidadãos individuais”, congratula-se a Almargem na nota.
A nova Reserva Natural Local da Foz do Almargem e do Trafal encontra-se na freguesia de Quarteira, concelho de Loulé, e conta com “uma área total de 135,7 hectares”, que “é atravessada por duas ribeiras - a ribeira da Fonte Santa ou do Almargem e a ribeira do Carcavai”, indica a Almargem.
A associação realça a importância ambiental do local, ao albergar “pelo menos, 214 espécies de flora autóctone, nove habitats naturais, 235 espécies de fauna, 137 espécies de avifauna (das quais 26 estão ameaçadas) e 94 espécies diferentes de insetos”, que foram reconhecidas e identificadas através de um estudo realizado pela Almargem em 2019, denominado “Estudo de Valorização das Zonas Húmidas do Algarve”.
“A oficialização da classificação e do regulamento, no passado dia 14 de agosto, são mais um passo neste processo de preservação, a que outros necessariamente terão que se seguir, para que a proteção e valorização daquela área sejam uma realidade”, alerta a Almargem.
A Associação algarvia recorda que o estudo realizado em 2019 também abrangeu outras duas zonas húmidas, a Lagoa dos Salgados (Albufeira e Silves) e as Alagoas Brancas (Lagoa), e diz esperar que a classificação agora concretizada permita “dar novo impulso à classificação” destas outras duas áreas húmidas algarvias.
Após a publicação em Diário da República, a Câmara de Loulé também se congratulou com a classificação da Reserva Natural Local da Foz do Almargem e do Trafal, que representa, segundo o município, “mais um passo” no contributo da autarquia “para a salvaguarda ambiental do planeta e proteção da biodiversidade”.
“Com a criação desta Reserva Natural Local, o município de Loulé cumpre os objetivos de melhorar o estado de conservação do património natural, promover o reconhecimento do valor do património natural, fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade”, considerou então o município num comunicado.
A autarquia algarvia destacou também a importância deste reconhecimento para a proteção da área local protegida e adiantou que o próximo passo é, “num futuro próximo, a elaboração do Plano de Gestão, que consistirá num processo participativo entre todas as partes interessadas (proprietários, atores locais, associações, entidades)”.
A Câmara enalteceu ainda ter “cerca de 63,8 % da superfície do concelho” classificada segundo o Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC) e garantiu que o município continuará a “investir na proteção legal e gestão sustentável de áreas com interesse que devem ser preservadas em prol das gerações futuras”.
Lusa