Ambiente

Almargem lança site para dar a conhecer "riqueza natural" das Alagoas Brancas

Foto - Almargem
Foto - Almargem  
A associação Almargem lança, esta quinta-feira, um site que explora a biodiversidade das Alagoas Brancas. Aves, répteis e anfíbios, insetos, mamíferos e as raridades da flora daquela zona húmida, estão em destaque.

O site alagoasbrancas.pt reúne informação sobre algumas das espécies que se pode encontrar às portas de Lagoa. Para a Almargem, "a biodiversidade das Alagoas Brancas, já documentada em estudos e ações anteriores, justifica os esforços de proteção que vários movimentos cívicos e entidades levaram a cabo ao longo dos últimos anos, e o desejo de que esta seja, futuramente, uma área classificada", lê-se numa nota divulgada.
 
Além do site, fica também disponível para download uma brochura digital, em português e inglês. As informações sobre as espécies, escritas numa linguagem clara e acessível, são acompanhadas de ilustrações científicas de Davina Falcão, João T. Tavares, Marcos Oliveira e Paula Gaspar.
 
Tanto o site como a brochura são parte dos resultados da candidatura “Alagoas Brancas: do conhecimento à ação”, financiada pelo Fundo Ambiental. Esta candidatura permitiu levar a cabo uma série de outras ações, ao longo do mês de novembro, com as quais a Almargem quis sensibilizar a população e aumentar o conhecimento público quanto à riqueza e valores naturais que se encontram no local.
 
No âmbito desta candidatura, mais de 200 alunos e 10 professores das escolas do primeiro ciclo do ensino básico do concelho de Lagoa foram “Ornitólog@s por um dia!”. Orientados por especialistas, ficaram a saber mais sobre a biologia das aves, as espécies que ocorrem nas Alagoas Brancas e a importância da zona húmida. Houve ainda tempo para uma sessão prática de observação de aves.
 
Os fins de semana ficaram reservados para uma série de saídas de campo nas Alagoas Brancas. Os participantes aprenderam sobre vários tipos de fauna (borboletas noturnas, insetos, aves), sobre a vegetação e a geologia do espaço, em visitas guiadas por especialistas.
 
Já o Bioblitz, que contou com 11 atividades compactadas num animado fim de semana, permitiu à população participar ativamente na recolha de informação sobre as Alagoas Brancas. Foram contabilizadas as espécies encontradas (plantas aquáticas e terrestres, aves, insetos, anfíbios e outros grupos), informação fundamental para dar continuidade à monitorização da biodiversidade daquele ecossistema.
 
Destaque ainda para uma ação de voluntariado de remoção de plantas invasoras. Os cidadãos envolvidos ficaram a conhecer uma das ameaças às Alagoas Brancas e a forma como todos podem participar na sua defesa. Estas ações contaram com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa e a participação de várias entidades: Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve, Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, TAGIS, Associação Vita Nativa, A Rocha e Geowalk & Talks.
 
Para a mesma associação, a atenção dada às Alagoas Brancas é justificada, na medida em que é o único local em Portugal onde ocorrem oito espécies botânicas importantes em simultâneo, e um dos poucos na Europa e no mundo com estas características. A riqueza botânica do local permite equipará-lo a uma “mini Doñana”. Destaca ainda a maior população, em Portugal, da estrela-de-água (Damasonium bourgaei), uma espécie muito rara.
 
Para conhecer bem e proteger as Alagoas Brancas, a Almargem defende que as ações de formação, recolha de dados e monitorização, tenham continuidade e se estendam ao longo de períodos alargados de tempo. Por se tratar de uma zona húmida com características muito diferentes consoante haja, ou não, água, só o estudo de pelo menos um ano hidrológico completo (isto é, que cubra os diferentes níveis de precipitação ao longo de 12 meses) poderá ajudar a traçar um retrato fiável de todos os valores naturais presentes, explica.