O presidente do Núcleo de Estudantes Sociais Democratas da Universidade do Algarve (NESD), diz-se preocupado com o "fenómeno" a que assistiu nas últimas eleições, referindo-se à "crescente aproximação dos jovens algarvios ao espectro político extremista".
Alexandre Graça, fala de "um fenómeno, que ecoa tendências globais" e que não pode ser ignorado, "representando uma ameaça não apenas à estabilidade política da região, mas também ao tecido social e à coesão nacional".
Em comunicado, o social democrata admite, que "muitos jovens algarvios sentem-se marginalizados e desfavorecidos pelo sistema político adotado nos últimos 8 anos, que é incapaz de abordar as suas preocupações e aspirações. A falta de oportunidades económicas, a precariedade no mercado de trabalho e a dificuldade de acesso à habitação e transportes são apenas algumas das questões que alimentam o sentimento de alienação".
Outro fator que no seu entender desencadeia o sentimento de radicalismo, prende-se com a ascensão das redes sociais e da 'internet' que, segundo explica, "desempenha um papel significativo na radicalização dos jovens", nomeadamente, plataformas 'online' que "oferecem um terreno fértil para a disseminação de ideologias extremistas, onde indivíduos vulneráveis podem ser facilmente influenciados por discursos de ódio e propaganda radical. A facilidade com que informações falsas e teorias conspiratórias são propagadas 'online' torna os jovens especialmente suscetíveis a narrativas extremistas", sublinha.
Para Alexandre Graça, "torna-se necessário fortalecer os mecanismos de inclusão social e económica para os jovens algarvios, com investimento em educação de qualidade, programas de capacitação profissional e oportunidades de emprego estáveis e bem remuneradas".
Outra área de atuação, passa segundo o presidente da NESD, por combater a desinformação e a propaganda 'online'. "Isso requer uma cooperação estreita entre governos, plataformas de mídia social e sociedade civil para desenvolver estratégias eficazes de combate à radicalização 'online'. Educar os jovens sobre como avaliar criticamente as informações que encontram 'online' e promover o pensamento crítico pode ajudar a fortalecer a sua resiliência contra narrativas extremistas", argumenta.
O responsável do NESD, assume que a aproximação dos jovens algarvios ao espectro político extremista, "é um sintoma de problemas mais amplos que precisam ser abordados com urgência e determinação", cuja solução passará, segundo adianta, "por uma abordagem abrangente e colaborativa, que possa reverter essa tendência preocupante e construir um futuro mais inclusivo e resiliente para todos os cidadãos do Algarve", conclui.