A empreitada, orçada em 1.014.000 euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), visa “munir a ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] da Boavista de infraestruturas de tratamento, elevação e adução de água para reutilização (ApR)”, informou a empresa, em comunicado.
A obra implica a construção de uma fase de tratamento adicional, “que permita a desinfeção das águas residuais”, e a execução de uma estação elevatória para águas residuais tratadas, que permitirá a adução da ApR ao ponto de entrega, lê-se na nota.
Este projeto, com conclusão prevista ainda para 2024, permitirá “substituir a utilização anual de cerca de 0,5 milhões de metros cúbicos de água superficial ou subterrânea por água tratada reutilizável”, especificou a empresa, responsável pelo fornecimento de água em alta aos 16 municípios do Algarve.
Atualmente, a ETAR da Boavista contempla o tratamento biológico por lamas ativadas em regime de arejamento prolongado com nitrificação/desnitrificação e remoção biológica e química de fósforo, antecedido de um tratamento preliminar, que compreende as operações de gradagem mecânica, elevação inicial e remoção de areias e de óleos e gorduras, explicou a Águas do Algarve.
“O investimento da ApR da Boavista justifica-se assim, pela contribuição para a melhoria do tratamento de águas residuais urbanas para a produção de ApR e a sua distribuição, a partir da ETAR de Boavista”, acrescentou.
A empresa salienta, em comunicado, que as mudanças climáticas têm causado “uma redução significativa na precipitação em muitas regiões”, levando à escassez de água e ao aumento da pressão sobre os recursos hídricos, “especialmente em áreas onde o uso intensivo” deste recurso é essencial.
A Águas do Algarve está, nesse sentido, a investir em soluções para o tratamento e reutilização de águas residuais das suas Estações de Tratamento de Águas Residuais, visando a irrigação de campos de golfe, para assim reduzir a captação de água natural.
“Ao promover a reutilização de água tratada para a rega de campos de golfe, a Águas do Algarve está a dar um passo importante na mitigação dos efeitos da escassez de água, ao mesmo tempo que contribui para a redução do consumo de água potável. O processo envolve tecnologias avançadas de tratamento, garantindo que a água reutilizada atenda aos mais altos padrões de qualidade, sem risco para a saúde ou o ambiente”, frisa a empresa.
Em janeiro, o presidente do Turismo do Algarve afirmou à Lusa que atualmente já estão ligados a sistemas de produção de águas para reutilização (ApR) quatro campos de golfe e a expectativa é que neste número suba para 12 em 2027 e para 32 em 2030.
A produção de água para reutilização é um dos eixos de investimento previstos no Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, além da estação de dessalinização, da captação de água no Pomarão, no distrito de Beja, e da redução de perdas de água no setor urbano, contando com cerca de 260 milhões de euros de verbas provenientes do PRR.
Lusa