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Afinal, a felicidade é uma aprendizagem

Afinal, a felicidade é uma aprendizagem
Afinal, a felicidade é uma aprendizagem  
Foto: Freepik
Tendo por base os resultados de estudos do neurocientista Richard J. Davidson, as chaves para o bem-estar coincidem amplamente com os objetivos da meditação.

Com muita influência do budismo, este especialista afirma que a felicidade pode ser aprendida e que, a neuroplasticidade cerebral permite que a par da felicidade, aprendamos a compaixão, da mesma forma que se aprende um idioma ou qualquer outro tipo de conhecimento.
 
Este investigador é um dos grandes defensores da meditação e assegura que, esta prática constitui uma das grandes disciplinas que promove a neuroplasticidade. O mesmo cientista acrescenta ainda que, «a base de um cérebro saudável é a bondade”.
 
Com base nos seus estudos, Davidson, aponta 4 segredos para o bem-estar diário que, consequentemente aumentam os níveis de felicidade:
 
1. Resiliência
 
De um modo geral, resiliência é a capacidade de nos recuperarmos  das adversidades e nos fortalecermos com essa experiência. Para Davidson, essa habilidade está intimamente ligada ao conceito budista de “desapego”. Assim, a verdadeira dificuldade é a resistência à mudança. Como todos estamos expostos às adversidades, quem melhor praticar a resiliência, mais facilmente aprenderá com as experiências e será capaz de retirar o conhecimento necessário para progredir. Quem for capaz de resistir aos maus momentos e de os interpretar como um espaço de crescimento, será mais difícil que entre em cenários de mal-estar e de desconforto, garante o mesmo neurocientista.
 
2. Perspectivas positivas
 
“A perspetiva positiva não tem nada a ver com o autoengano, não inclui uma dimensão exagerada e ainda menos, a ilusão de que as coisas más não nos acontecem, mas sim, a aceitação do que ocorreu e a procura de uma solução para que possamos superar o sucedido”, explica completando que, “a perspetiva positiva é o ato de escolher dar um sentido positivo, de aprendizagem, de autoconhecimento, de experiência e de enriquecimento que, nos permita encarar frontalmente a situação adversa e encontrar uma explicação que nos faça sentido e nos conforte de alguma forma”.
 
Segundo Richard J. Davidson, “as pessoas que praticam meditação passam por uma mudança nos seus circuitos cerebrais que lhes transforma a maneira de encarar a realidade”. Praticar meditação durante meia hora por dia e, ao longo de duas semanas, “é o suficiente para que ocorra uma mudança e para que se encare a vida noutra perspetiva”. Pelo contrário, quem se esforça por manter um bom humor, em pouco tempo acaba por perder a força e o entusiasmo, «mas quem pratica diariamente meditação, consegue níveis muito positivos de bem-estar e durante longos períodos de tempo”, resume o mesmo cientista.
 
3. Atenção plena
 
De acordo com Davidson,, “é comum que não prestemos atenção a cerca de 47% das tarefas que realizamos ao longo do dia. Um dos gatilhos dessa desorientação é o trabalho multitarefa ou de atenção dividida: executar várias tarefas ao mesmo tempo sem se dedicar especialmente a nenhuma delas. Nesses casos, a mente vagueia, como se saltasse de uma ideia para a outra sem um padrão definido. Davidson descobriu que, quem pensa dessa maneira tem uma maior probabilidade de se sentir insatisfeito e infeliz, ressalvando que, a atenção plena é uma poderosa chave para o bem-estar precisamente porque nos ajuda a orientar e a organizar a mente, devido ao foco no presente.
 
Esta habilidade de orientar a mente, é desenvolvida através da meditação e, segundo Davidson, pensar enfaticamente sobre o futuro facilmente leva-nos à ansiedade, enquanto que, pensar sobre o passado remete-nos para a depressão. “Viver no presente é menos oneroso emocionalmente”, sublinha.
 
4. Generosidade
 
De acordo com Richard J. Davidson, o último segredo para o bem-estar é a compaixão ou generosidade. “A doação ativa muitas áreas do cérebro relacionadas com a  felicidade e a alegria. “As pessoas generosas, estão sempre em paz consigo mesmas, tendem a ser mais calmas e despreocupadas”, explica o mesmo investigador completando que, “a generosidade, assim como o egoísmo, tem um efeito bumerangue. Isso não significa necessariamente que quem dá algo recebe uma compensação equivalente, mas que o simples ato de “dar” se reverte em bem-estar físico e mental, pelo que, quem mais beneficia com uma doação é precisamente aquele que dá.
 
Segundo Richard J. Davidson, estes são os pilares para construirmos a felicidade e, os mesmos estão acessíveis a todos, é preciso é que os queiramos desenvolver dentro de nós, que nos queiramos sentir bem, dar mais e receber melhor também dos que nos rodeiam.