O núcleo distrital de Faro da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN), a Associação para o Desenvolvimento Pessoal e Comunitário «ATREVO», a «Mandacaru», Cooperativa de Intervenção social e cultural e o projeto de comunicação «MUROS: Imaginamos a Eurorregião Alentejo, Algarve e Andaluzia» juntaram-se para criar uma sessão que pretende auscultar a comunidade.
No mês em que se assinala o «Dia Internacional da Erradicação da Pobreza», está prevista uma ação-piloto "experimental", tal como avança a organização, que pretende desconstruir o "estigma" como um fenómeno social que "tem um peso enorme", nomeadamente na perpetuação da pobreza intergeracional. A iniciativa "Pobreza. Nós!" vai acontecer a 21 de outubro, entre as 17h30 e as 20h30, na sala 105 da Escola Superior de Educação e Comunicação, na Universidade do Algarve. As inscrições podem ser feitas até ao dia 14 de outubro
aqui.
Segundo a organização como é que se explica que uma família pobre leve cerca de cinco gerações a sair dessa condição, mesmo nos tempos atuais onde as ajudas sociais são maiores? Afinal, será que podemos afirmar que existe uma educação para a pobreza? Ou estará a pobreza mais normalizada do que deveria (dentro e fora das famílias que se encontram pobres)?, interroga.
Em comunicado, os promotores da iniciativa citam os dados do Plano de Desenvolvimento Social do Algarve [PDSA], apresentado no Teatro das Figuras, em Faro, a 11 de dezembro de 2023, que confirma o Algarve como a região do continente que apresenta a mais elevada taxa de privação material e o maior risco de pobreza após as transferências sociais (18,6%). Um risco de pobreza que atinge, sobretudo, famílias monoparentais e famílias com três e mais crianças, o que faz das crianças residentes na região um grupo particularmente vulnerável. A região tem cerca de 11 mil crianças e jovens em risco de pobreza extrema, sendo que a população residente em risco de pobreza apresenta valores superiores à média do país. No Algarve são 24,5%, quando o valor nacional é de 19,4%.