Os traumas emocionais são experiências dolorosas e avassaladoras que deixam uma marca profunda nas nossas vidas.
Os traumas resultam de eventos negativos pelos quais passamos, como sendo, algum tipo de abuso, violência, abandono, desprezo, críticas destrutivas, faltas de respeito de qualquer ordem, episódios traumáticos como sendo um acidente, uma perda de alguém, ou qualquer outro cenário que, ao não ser interpretado, acaba por nos condicionar os comportamentos e prejudicar a saúde mental e o bem-estar em geral.
Segundo a psicologia, é possível superar os traumas e encontrar uma forma equilibrada de vida. Para tal, os especialistas apresentam estas técnicas:
1. Reconheça e aceite o trauma
O primeiro passo para superar um trauma emocional é reconhecer que se passou pela situação, que foi desagradável e que nos afeta de algum modo. Para ultrapassar o episódio traumático, é essencial que se libertem as emoções, que se assuma o que se está a sentir e que essa memória nos reduz a qualidade de vida e o bem-estar. Ao mesmo tempo, não devemos ter medo de assumir que é normal que nos sintamos perturbados de alguma forma com o que nos aconteceu e que sejamos capazes de confidenciar essas emoções a alguém, pois só o facto de nos ouvirmos a desabafar, já nos ajuda a diminuir a dor, alertam os especialistas na área da psicologia.
2. Peça apoio especializado
O apoio de um psicólogo torna-se imperioso perante uma situação traumática, pelo que, assumir a dor e a necessidade de sair dela é a base para se sentir melhor. Depois, seguir as orientações do profissional de psicologia é o suporte para que, aos poucos, comece a sentir-se melhor, na medida em que o psicoterapeuta seguirá um plano de apoio ajustado a cada pessoa e direcionado para o trauma em concreto.
3. Pratique o autocuidado
Seja em que circunstância for, não devemos menosprezar o cuidado para connosco próprios e, quando passamos por uma situação traumática, ainda mais se impõe esse desígnio. Assim, cuide do corpo e da mente. Alimente-se de forma adequada, pratique exercício físico com regularidade, cuide da sua higiene pessoal e aparência, sem descuidar um sono de qualidade, mesmo que, em muitas situações seja mais difícil o tempo de descanso, e para estar consigo mesmo. Mantenha relações de qualidade com outras pessoas, desabafe com alguém da sua confiança e tente sentir-se seguro com quem ama, recomendam os entendidos.
4. Desenvolva estratégias de enfrentamento saudáveis
Tentar manter a calma e encontrar estratégias para reduzir o stress, é um importante alicerce para que se sinta melhor, para que pense em si e nas situações de forma mais adequada e para que seja capaz de reconhecer e assumir o seu trauma e o quanto o mesmo o perturba.
5. Crie uma rede de apoio
Aproximar-se de pessoas que tenham passado por experiências semelhantes pode fornecer-lhe um apoio valioso durante o processo de cura. Nesse sentido, grupos de apoio ou comunidades online podem oferecer um ambiente seguro para partilhar histórias, obter conselhos e receber encorajamento de quem melhor o poderá entender e, de certa forma, respeitar a sua dor, mostrando também como fizeram perante uma realidade semelhante.
6. Cultive a resiliência e o perdão
Construir uma boa resiliência é fundamental para superar os traumas. Para tal, é imperioso que procure fortalecer-se para que melhor possa enfrentar as adversidades. É importante que analise as situações e que procure retirar-lhes uma lição para que possa aprender com as mesmas, que assuma o que sente e que procure alternativas a esse sofrimento, sem cair em comportamentos destrutivos como consumos de álcool ou drogas ou desenvolver vícios perigosos de outra índole como jogo, compras ou outro. Acima de tudo, é essencial que se concentre em si mesmo, naquilo que o magoa e que encontre dentro de si algumas explicações possíveis para o que está a sentir, mas também para poder libertar-se desse mal-estar e que tente enfrentar o sucedido por muito doloroso que possa ser, pois estará a tornar-se mais enriquecido e capaz de superar o trauma. É também importante que não se culpabilize pelo sucedido e que se perdoe e que mostre a mesma compreensão e perdão para com os outros. No entanto, isso não quer dizer que não haja lições e aprendizagens a retirar e que tenha de esquecer o que aconteceu ou que alguém o faz sofrer, mas sim que está disposto a libertar-se do peso da culpa, da raiva e da tristeza que lhe for possível.
Por fim, registe ainda que, perdoar não significa esquecer e estar pronto para passar pelo mesmo, mas sim, que queremos viver sem essa mágoa, sem esses pensamentos destrutivos e que a aprendizagem nos serve de alerta para situações futuras, pois ao não querermos passar pelo mesmo, não vamos permitir, por exemplo que uma pessoa goze connosco ou que nos trate mal, concluem os mesmos especialistas.