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5 atitudes que demonstram excesso de exigência com as crianças

É importante exigir, mas também saber dosear, já que, dessa forma, mantém-se o respeito, a empatia, o cumprimento das regras e a construção de um vínculo forte entre pais e filhos.
É importante exigir, mas também saber dosear, já que, dessa forma, mantém-se o respeito, a empatia, o cumprimento das regras e a construção de um vínculo forte entre pais e filhos.  
Foto: Freepik
Os pais exigem muito dos filhos porque assim foram habituados, porque nunca refletiram a sério sobre o assunto, por questões culturais, pela pertença a um grupo, por perfeccionismo ou simplesmente porque imitam outros padrões de comportamento.

Na posição dos especialistas, é importante exigir, mas também saber dosear, já que, dessa forma, mantém-se o respeito, a empatia, o cumprimento das regras e a construção de um vínculo forte entre pais e filhos.
 
Está provado que, quando os pais são demasiado exigentes, as crianças tendem a desenvolver comportamentos menos adequados ou simplesmente a obedecer sem que coloquem em causa aquilo que ouvem, mas nada aprendem com essa atitude.
 
Ao mesmo tempo, também há pais que nada exigem das crianças e que, com isso, as desmotivam, não as educam nem ensinam. O segredo está no bom senso e no equilíbrio, ou seja, exigir na medida certa, criar hábitos diários, definir regras e tentar cumpri-las o melhor possível. É também fundamental que os pais sejam um bom exemplo desse cumprimento, uma vez que, os mais novos aprendem muito mais com o que observam do que com aquilo que lhes é dito.
 
Assim, veja se comete estes erros na educação dos seus filhos e, em caso afirmativo, procure alternativas mais agradáveis para ambas as partes.
 
Tente não dizer este tipo de frases aos seus filhos independentemente da idade:
 
1. “Não fizeste mais do que a tua obrigação”
 
Todos sabemos que faz parte das obrigações das crianças arrumarem os brinquedos, fazerem a cama, levantarem a mesa e terem bons resultados escolares, por exemplo. No entanto, não é agradável ouvir os pais sempre com a mesma frase, pois para além de se tornar repetitiva, torna-se pouco encorajadora e estimulante. É muito mais positivo dizer aos mais novos que estão no bom caminho, que assim vão conseguir obter bons resultados e que o esforço é sempre recompensado.  O facto de os pais valorizarem o trabalho dos filhos dá lugar a que eles se empenhem muito mais e que o realizem com muito mais prazer.
 
2. “Faz o que te mando e não reclames!”
 
Esta atitude impede que os mais novos pensem por si mesmos, que expressem a sua opinião e que digam o que sentem. É um facto que os pais têm mais experiência e que lhes é mais fácil mandar fazer do que explicar e ensinar, mas esta última não é a forma mais correta nem de educar, nem de respeitar um filho. É evidente que as regras não devem ser negociadas, mas sim cumpridas e entendidas, mas as tarefas devem ser ensinadas para que as crianças ou jovens ganhem autonomia e o prazer de as realizar. Os pais não sabem tudo, pelo que, ouvir os filhos também pode ser uma boa oportunidade para se atualizarem, para refletirem sobre outros pontos de vista e encontrar alternativas a um problema. Assim, opte por “um vou desafiar-te para fazeres isto”, ou “queres experimentar uma tarefa nova?”, “que tal aprender algo novo hoje?” e daí por diante.
 
3. “Consegues fazer melhor do que isso”
 
Muitas vezes, esta frase surge como um incentivo para que os mais novos façam uma tarefa, no entanto, deixa de ser positiva quando é lançado o desafio à criança de fazer algo que está acima das suas habilidades e capacidades. Em muitos casos, os pais não se dão conta, mas acabam por exigir demasiado aos filhos e, com esta frase, quase que os obrigam a ter de conseguir fazer bem, mesmo que a tarefa não seja adequada para eles. Motivar é uma coisa, exigir é outra, por isso, antes de mandar fazer algo, tente aferir se, efetivamente a criança conseguirá realizar esse pedido, já que isso é respeito por ela.
 
4. “O  tempo livre não deve ser desperdiçado com brincadeiras”
 
Há crianças que têm sobrecargas de horário superiores às de um adulto porque os pais querem que os filhos sejam muito bons e os melhores em tudo, pelo que saem de uma atividade para outra sempre com o propósito de aprenderem mais e mais. Em muitos casos, há meninos e meninas tão saturados com essa exigência que os resultados não correspondem ao que os pais desejam e financiam. É importante que os mais novos aprendam, que diversifiquem as suas atividades, mas que tenham tempo para brincar, pois esta também é uma atividade fundamental para o desenvolvimento. Estar sem fazer nada também é crucial para o bem-estar e, no vazio também se aprende e desenvolve a imaginação.
 
5. “Como é que não consegues fazer isto?”
 
Muitos pais têm pouca paciência para os filhos e facilmente se mostram irritados com eles quando não realizaram algo que para os adultos é simples. É evidente que temos de incentivar os mais novos para que experimentem fazer mais e melhor, mas temos de saber conter-nos para não cair no exagero. É fundamental que os adultos entendam que, o erro faz parte da aprendizagem e que é um direito de quem aprende, sem esquecer que, temos de o cometer para podermos melhorar-nos e corrigir aquilo que fazemos de menos bem. Ter calma com os nossos filhos, dar-lhes tempo para que possam desenvolver-se e ajudá-los a lidar com o erro é o melhor caminho. Evite ofender, descarregar a sua raiva em cima dos mais novos, gritar e ainda menos agredir, já que essa não é a melhor forma de educar uma criança e de a levar a ter um futuro promissor.
 
Fátima Fernandes